MAB
Diversas organizações sociais, sindicais, eclesiais e parlamentares se reuniram em um ato-político de lançamento do Encontro Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que acontecerá de 2 a 5 de setembro de 2013, em São Paulo (SP). O ato aconteceu na sede da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, na quarta-feira (7).
Há menos de um mês para o início do Encontro Nacional, este foi mais um ato de uma série de lançamentos já realizados em todo o país. Até setembro outros tantos estão previstos para anunciar o evento a amigos e parceiros do Movimento e para animar a própria base que, em São Paulo, estará representada por cerca de três mil atingidos de todo o país.
O coordenador nacional do MAB, Joceli Andrioli, destacou a necessidade da aprovação da Política Nacional de Direitos para as Populações Atingidas por Barragens (PNAB), proposta de política pública que garanta os direitos dos atingidos elaborada pelo movimento.
A única lei que versa sobre os atingidos é de 1941 e restringe a indenização por desapropriação apenas aos atingidos com posse legal da terra, em contraste com o extenso marco regulatório do setor elétrico.
Além disso, Joceli destacou a importância da unidade entre o campo e cidade nesta luta. “O MAB não é apenas um movimento corporativo que organiza a luta e reivindica os direitos dos atingidos, mas é um movimento que luta por um novo modelo energético para o país e por um novo projeto de sociedade. Para isso, é muito importante a unidade que estamos construindo ao lado dos eletricitários”, assinalou.
Plebiscito Popular
O representante da CNBB, padre Ari Antônio dos Reis, também assinalou a urgência da unidade para o período. “Apesar de nossas pautas terem um elemento de particularidade, o fundamental agora é construir o elemento da solidariedade, de se somar a luta comum”.
Organizações e movimentos sociais realizaram, na segunda-feira (5), uma plenária ampla em São Paulo que apontou para a necessidade de construção de um plebiscito popular para discutir com o povo a urgência de reformas estruturais.
“Com esse levante que veio das ruas nós podemos colocar pautas que estavam engavetadas há 10, 20 anos, por isso este é um momento fértil para avançarmos no debate sobre a reforma política, além de outros temas estruturais, como a democratização dos meios de comunicação”, afirmou Rosângela Piovesano Cordeiro, do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) e representante da Via Campesina.