Nesta quarta-feira (04), os metalúrgicos da indústria naval de todo Brasil irão realizar um grande ato “Em defesa dos empregos do setor naval, da Petrobras e da Transpetro” em todas as localidades onde houver uma sede da Petrobras. A necessidade do movimento nasceu por conta das demissões e a tentativa de acabar com o setor naval por conta dos desdobramentos da Operação “Lava Jato” desencadeada pela Polícia Federal.
No Rio de Janeiro, trabalhadores de Niterói, Angra dos Reis e do município do Rio farão um caminhada até o Edise – Edifício Sede da Petrobras que fica na Av. Chile, no centro da capital.
A expectativa é que o ato no Rio reúna cerca de 10 mil trabalhadores. Os metalúrgicos temem a volta dos anos sombrios da indústria naval como na década de 1990, no governo Fernando Henrique Cardoso, quando centenas de empresas fecharam as portas e o setor possuía apenas dois mil trabalhadores.
Atualmente, com a implantação da política de incentivo pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, o setor voltou a empregar 82 mil trabalhadores diretos. O resgate do setor naval se deu graças a programas como o Promef (Programa de Modernização de Frota da Petrobras), a política de Conteúdo Mínimo Local que nada mais é que 70% dos investimentos nacionais aplicados em um determinado bem ou serviço devem corresponder à indústria nacional na produção desse bem ou serviço e o Promimp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural).
“Da forma com que estão conduzindo as investigações da “Lava Jato” estão punindo os trabalhadores ao invés de punir quem de fato praticou algum ato de corrupção. Os metalúrgicos de todo Brasil já estão sofrendo com demissões e com a incerteza de manutenção dos empregos nos próximos anos. Querem acabar com as políticas que resgataram o setor naval e suplantar toda uma atividade que vem dando certo e que ajudou a Petrobras e o país a crescer muito nos últimos anos. Vamos às ruas defender nossos empregos dos abutres de plantão que querem a derrocada da Petrobras e, consequentemente, os benefícios que seus investimentos trazem para os trabalhadores brasileiros”, assegurou Edson Carlos Rocha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Secretário de Administração e Finanças da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT).
Em Niterói, cerca de 250 trabalhadores já perderam seus empregos apenas no Estaleiro Enaval, outros 600 na UTC, 100 pela J. Costa e outros milhares não estão descartados pelas empresas, por conta dos desdobramentos das investigações. No sul do Brasil, Itajaí (SC) e Rio Grande (RS) também já registraram demissões. Em Rio Grande, o número de trabalhadores já caiu de 18 mil, em 2013, para 7 mil. Já em Charqueadas, também no Rio Grande do Sul, as dispensas já atingiram cerca de 1.000 trabalhadores sem o pagamento das rescisões. Em Itajaí já foram 600 demitidos pela AMAL. Nos últimos dias, o estaleiro Atlântico Sul, no estado de Pernambuco, anunciou a demissão de 350 trabalhadores. No município do Rio de Janeiro, a estimativa ultrapassa 3 mil demissões. Na Bahia, 1.500 metalúrgicos podem ser demitidos por conta da paralisação das atividades no Estaleiro Enseada Indústria Naval.
“A Operação Lava Jato da Polícia Federal não pode ser utilizada como pretexto para demissões. Os verdadeiros prejudicados são seus funcionários, que possuem famílias e necessitam dos empregos. A Polícia Federal deve investigar e a Justiça punir exemplarmente os envolvidos em qualquer esquema de desvio de conduta, tanto na Petrobrás quanto em qualquer instituição privada, mas isso não pode, de maneira alguma, acarretar “na pena” do desemprego de trabalhadores”, declarou Edson Rocha.
Programação da passeata dos metalúrgicos de Niterói até a sede da Petrobras:
08h00 – Saída dos Estaleiros
08h30 – Concentração na saída da Ponta D’Areia (próximo Rodoviária)
09h00 – Saída das Barcas SA (GRATUITA) – Praça Arariboia
10h00 – Concentração na Praça XV
10h20 – Caminha até a Sede da Petrobras
11h00 – Início do Ato dos Metalúrgicos na Petrobras
15h00 – Retorno a Niterói
Fonte: CNM CUT