Após paralisação e assembleia na manhã de ontem (18), que contou com a presença de diretores do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, os 350 trabalhadores da Karmann-Ghia conseguiram acordo para o pagamento de verbas rescisórias de 135 funcionários demitidos.
Em meio a boatos de que a empresa não pagaria os direitos dos funcionários desligados, ou, ainda, diante da proposta de pagamento parcelado em até 36 vezes, os trabalhadores se mobilizaram pela negociação.
Os metalúrgicos da Karmann-Ghia também reclamavam da irregularidade no pagamento de salários, férias e benefícios, como convênio médico e vale-alimentação. Os funcionários ainda acusam a empresa de não efetuar os depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) há pelo menos três anos.
De acordo com o presidente do sindicato, Rafael Marques, a situação da Karmann-Ghia é desafiadora. A empresa, que é uma das mais importantes autopeças da região do ABC paulista, com foco na fabricação de peças estampadas, como portas e laterais para veículos, sofreu queda nas encomendas em 2014 e passa por dificuldades.
Após o dia de paralisação, Rafael Marques relata o compromisso assumido pela empresa de disponibilizar R$ 277 mil por mês para a quitação de um total de R$ 4,7 milhões de dívidas trabalhistas. Esse acordo, segundo o presidente, garante cerca de 80% do salário bruto ao trabalhador demitido. A quitação da dívida, dependendo do tempo de casa de cada trabalhador, vai ocorrer entre sete e 17 meses.
Ficou acordado, também, que serão mantidos os convênios médicos dos trabalhadores até a quitação total da dívida. Parte do maquinário da empresa servirá de garantia.
Fonte: Rede Brasil Atual