Após paralisação, aeroviários e aeronautas esperam acordo no TST

Após paralisação realizada nesta quinta-feira (22) nos aeroportos de todo o país, aeronautas e aeroviários decidiram aguardar o resultado da audiência de conciliação marcada para a tarde hoje, no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, para decidir o rumo da mobilização. A reunião será entre representantes do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea), da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac/CUT) e dos sindicatos filiados. A decisão foi aprovada em assembleias dos aeronautas e em consultas aos aeroviários.

O presidente da Fentac/CUT, Sergio Dias, disse que as paralisações realizadas hoje das 6h às 7h e os protestos nos aeroportos chamaram a atenção das empresas e da sociedade sobre as condições reais dos profissionais na aviação civil que trabalham “em jornadas estressantes, más condições de trabalho e com salários sem ganhos reais há anos”.  “A paralisação foi excelente, pois contou com a adesão maciça dos trabalhadores de todos os aeroportos do país. O resultado foi surpreendente em todas as bases da federação”, disse o dirigente.

De acordo com a entidade, a campanha envolve aproximadamente 70 mil funcionários, sendo 52 mil aeroviários (pessoal de solo) e 18 mil aeronautas (voo), com data-base em 1º de dezembro.

As negociações da campanha salarial começaram em outubro de 2014. Foram realizadas sete rodadas de negociações, que terminaram sem avanço. Aeronautas e aeroviários pedem reajuste de 8,5%, a aplicação do mesmo índice nos vales refeição e alimentação, melhores condições de trabalho, criação de um piso para agente de check-in (para os aeroviários), fornecimento de maquiagem ou auxílio específico para este fim, além de escalas que gerenciem a fadiga da tripulação e garantam a segurança do voos.

O Snea, que representa a TAM, Gol, Avianca e Azul, ofereceu na última rodada de negociação, sexta-feira (16), 6,5% de aumento nos salários e 8% nos benefícios.

“A nossa luta não é só por ganho real nos salários, mas por qualidade de vida e melhores condições de trabalho. Esperamos que as aéreas atendam às nossas reivindicações”, disse Dias.

As companhias aéreas que integram a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) e o Snea informaram em nota que a paralisação teve, em consequência das ações gerenciais adotadas pelo setor, um impacto mínimo junto aos passageiros. “No entanto, ainda assim o movimento impactou mais de 20% da operação prevista, não garantindo um efetivo mínimo de 80% dos colaboradores, estabelecido pelo judiciário.” As companhias afirmaram que tomariam as medidas judiciais cabíveis.

Dias desafiou a Abear a comprovar o descumprimento.

Fonte: Rede Brasil Atual