Conticom
Desde o começo deste ano o movimento grevista tem se espraiado no ramo da construção. Com mobilizações em todas as regiões do país, os operários defendem aumento real de salário, cesta básica, alojamentos decentes, horas in itinere, entre outras reivindicações. Só no primeiro trimestre deste ano, as greves já pararam mais de 200 mil trabalhadores do setor, que é um dos mais penalizados no Brasil pela informalidade, brutal rotatividade e acidentes.
CAMINHADA – O Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Construção Civil, assinado pelos trabalhadores, governo e empresários é um importante passo, na busca do Contrato Coletivo Nacional, mas precisa ser aprofundado para conseguir os resultados pelos quais os trabalhadores tanto lutaram. Precisa, por exemplo, incluir as empresas terceirizadas e fazer com que o documento seja implementado pelas empresas que assinaram o compromisso.
O Contrato Coletivo Nacional prevê uma pauta única para todos os trabalhadores do ramo, em que todos, independente do estado em que atua ou do tamanho da obra, recebam salários iguais e tenham as mesmas condições e benefícios. A pauta é resultado de um esforço unitário de sindicatos, federações e confederações vinculadas a diferentes centrais sindicais.
(IN)JUSTIÇA – Outro grave problema a ser enfrentado é o papel da Justiça frente às mobilizações, pois de aliada na luta para garantir o direito dos trabalhadores e um importante mediador de conflitos, vem sendo utilizada para sufocar o movimento sem resolver os conflitos. As dificuldades não são poucas, mas as mobilizações pelo país têm mostrado a disposição dos trabalhadores em avançar com as conquistas na construção de um trabalho decente e uma vida mais digna.