Rede Brasil Atual
Os 14 sindicatos filiados à Federação Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT), junto aos sindicatos dos metalúrgicos de Campinas, de Limeira e de Santos, filiados à Intersindical, e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado à Conlutas, realizarão interrupções na produção hoje (18), por todo o estado de São Paulo – o que representa uma base de 360 mil trabalhadores. O objetivo da movimentação é alcançar 50 fábricas.
Caso as entidades patronais não apresentem propostas consideradas satisfatórias, outras 50 empresas serão eleitas na sexta-feira para promover paralisações. Desde o início das negociações foram feitas 30 reuniões com vários segmentos da indústria, classificados em seis grupos distintos pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Para amanhã (3), quando está prevista nova negociação com o Grupo 3 (autopeças, forjarias e parafusos), as expectativas dos dirigentes sindicais não são boas. De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, o Sindpeças, que representas as empresas do setor, têm apresentado propostas muito abaixo da capacidade das empresas.
“Com 6,07% de inflação a repor, os 6,8% apresentados até agora representam um ganho real muito baixo e não dá para aceitar”, disse o sindicalista na manhã de hoje à Rádio Brasil Atual, durante assembleia em Diadema, na porta de uma das 20 fábricas afetadas por paralisações na região do ABC.
Rafael alerta ainda que é muito importante para os sindicatos a melhoria das cláusulas sociais, além do respeito às já existentes. “Há 25 anos, por exemplo, conquistamos a cláusula da estabilidade aos trabalhadores acidentados e adoecidos no exercício profissional. E todo ano essa cláusula vem sendo atacada”, diz.
Propostas reprovadas
O Grupo 3 (autopeças, forjaria e parafusos) ofereceu aumento salarial de 6,8%. O setor Estamparia e o Grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários entre outros) propuseram o pagamento imediato do INPC e 1,5% de aumento real em janeiro de 2014. o Grupo 2 (máquinas e eletrônicos) propôs acordo pelo período de dois anos prevendo reposição do INPC e 0,5% de aumento real em março do ano e mais 0,5% em março de 2015. O Grupo 10 (lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico) ofereceu 6,5%.
Como negociam com diferentes realidades, os metalúrgicos não especificam índice de aumento real reivindicado. O que consideram, no entanto, é que o que já foi oferecido até agora não atende aos interesses dos trabalhadores. De acordo com Rafael Marques, a CUT atua com responsabilidade e participa com propostas nos debates com governos e empresários sobre políticas industriais para o país. Ele lembra que desses debates surgiram medidas que ajudaram muito as indústrias, como as desonerações de impostos. “Está na hora de retribuírem aos trabalhadores e à sociedade”, defende.