Rede Brasil Atual
Trabalhadores dos Correios iniciaram nesta quinta-feira, (12), greve por tempo indeterminado nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e Tocantins. Os funcionários não aceitaram a proposta da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), de reajuste de 5,27%, sobre salários e benefícios, apresentada no dia 5. O índice não cobre a inflação do período, medida em 7,13%, de agosto de 2012 a julho de 2013.
As negociações da categoria, com data-base em 1º de agosto, ocorrem entre representantes do Correios e duas federações (Findect e Fentect), que apresentaram reivindicações diferentes.
Os trabalhadores que iniciaram o movimento de paralisação na manhã de hoje são representados por sindicatos filiados à Findect (com exceção ao Rio Grande do Sul). Eles reivindicam aumento real de 6%, vale-alimentação de R$ 35, cesta-alimentação de R$ 342, aumento na gratificação das funções dos motoristas e motoqueiros para R$ 400 (o valor atual é de R$ 246) e manutenção no plano de saúde, atualmente administrado pela própria empresa, entre outros.
Em entrevista à Agência Brasil, o presidente do Sindicato das Empresas de Correios e Telégrafos do Rio, filiado à Findect, Marcos Sant’Aguida, afirma que, além de reivindicar melhores salários, a categoria tenta garantir uma melhoria nas condições de trabalho. “Queremos que tenha uma entrega ampla em todo o território nacional, mais trabalhadores, mais infraestrutura de transporte e mais atendimento ao público. Nós colocamos 62 itens na reunião com os Correios.”
Segundo a assessoria de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos de São Paulo, Grande São Paulo e Sorocaba, filiado à Findect, “os empregados não aceitam a alteração do convênio médico Correios Saúde, para a iniciativa privada, porque isso representa perdas para o trabalhador”.
Os servidores representados pelos sindicatos filiados à Fentect indicam paralisar as atividades a partir do dia 18. Eles reivindicam 15% de aumento real, reposição de perdas salariais no período de 1994-2002, calculadas em 20%, além de segurança nas agências, implementação de Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS), contratação de 10 mil funcionários, redução de jornada de trabalho dos atendentes para 6 horas, entre outros.
Em nota, os Correios informam que “impacto dos itens econômicos das entidades sindicais são impraticáveis. A pauta da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect) tem custo anual de R$ 31,4 bilhões – quase o dobro da previsão de receita dos Correios para este ano ou o equivalente a 50 folhas mensais de pagamento da ECT. No caso dos sindicatos de São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins, Rio Grande do Norte, Bauru e Rondônia (desfiliados da Fentect), o custo é de R$ 4,6 bilhões por ano – mais do que o custo de manutenção da rede de agências de todo Brasil em 2012”.
A empresa afirma ainda colocar em prática um plano especial para garantir a entrega de cartas e encomendas e o atendimento em toda rede de agências, com a “a realização de horas extras, mutirões para entrega nos fins de semana, deslocamento de empregados entre as unidades e contratações temporárias”.
Os Correios têm aproximadamente 122 mil trabalhadores em todo o país.