Servidores completam mais de 30 dias de greve, sem proposta do governo

FUP

Mais de 20 mil servidores públicos federais realizaram na manhã desta quarta-feira (18) uma marcha pela Esplanada dos Ministérios para exigir abertura de negociações. Eles querem discutir imediatamente as três principais reivindicações da categoria: reajuste salarial, implantação de um plano de carreiras e melhores condições de trabalho. Três centrais sindicais (CUT, CTB e Conlutas) coordenam a campanha salarial unificada de 2012, através de 31 entidades que representam os trabalhadores nas três esferas do governo: legislativo, Executivo e Judiciário. A categoria reivindica uma política salarial permanente, com valorização do vencimento base, reposição inflacionária e incorporação de gratificações, além da retirada de projetos de lei ou medidas provisórias que restringem ou suprimem direitos sociais.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, eleito no último congresso da Central, criticou o governo pelo desrespeito com que tem tratado a luta legítima da categoria.  “É inconcebível que depois de 30 dias de greve o governo não tenha feito uma proposta para os servidores públicos federais. A greve é um instrumento legítimo de luta e o governo tem de receber o trabalhador para negociar. Queremos propostas para todos os setores e não apenas para os professores porque, senão, a greve continua, continua e continua”, declarou. 

Em reuniões esta semana com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti,  e o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, o presidente da CUT cobrou que o governo rompa o impasse e destrave a negociação. Na quinta-feira, 19, a Central e demais entidades que representam os servidores reuniram-se com o Ministério do Planejamento para cobrar a apresentação de uma proposta até o dia 31. No próximo 02 de agosto, as centrais estão convocando um Dia Nacional de Luta em todas as cidades brasileiras, em solidariedade aos trabalhadores do setor público federal.

Professores: mais de 60 dias de luta

Os professores e técnicos de 58 universidades e demais instituições federais de ensino seguem em greve nacional, que completou 60 dias esta semana. O Comando Nacional de Greve rejeitou a contraproposta feita pelo governo no último dia 13. A categoria luta pela reestruturação da carreira, melhores condições de trabalho e valorização salarial. Junto com os servidores federais, os professores estão participando desde o dia 16 de um acampamento na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para pressionar o governo a apresentar propostas concretas que atendam às demandas mais urgentes dos trabalhadores. Na segunda-feira (23), haverá uma reunião entre o Ministério do Planejamento e representantes dos professores, para negociar a proposta que foi apresentada.