FUP
Nesta terça-feira, 08, a FUP, MAB e movimentos estudantis realizaram um grande ato em defesa do pré-sal e contra o leilão de Libra, em Brasília. A concentração começou no Acampamento da Soberania, como é chamado pelos integrantes do movimento, que desde o dia 02, estão ocupando uma parte da Esplanada dos Ministérios, em frente ao Congresso Nacional, para pressionar o governo e a Petrobrás a suspenderem o leilão previsto para o dia 21.
Após a concentração, os militantes seguiram em passeata até o STF, onde exigiram que os ministros do supremo não se omitam em relação a suspensão do leilão. O protesto se estendeu até o fim da tarde e terminou em frente ao Palácio do Planalto, para pressionar principalmente a presidente Dilma, que em 2010, comprometeu-se com os petroleiros a não voltar às privatizações, muito menos do petróleo. Com palavras de ordem, os trabalhadores foram enfáticos ao relembrarem que a presidenta está esquecendo as palavras ditas por ela, na Plenária Nacional dos Petroleiros, em 2010, quando ainda era candidata à Presidência da República e, afirmou com veemência, que “o pré-sal é o nosso passaporte para o futuro.”
Apesar da tentativa de cerceamento da liberdade de manifestação feito pela segurança do Palácio do Planalto, a FUP e movimentos sociais resistiram e terminaram o ato de forma pacífica, sem deixar de reivindicar o direito dos trabalhadores, como tem sido desde o inicio do acampamento na Esplanada no Ministério, que prossegue até o dia 21, data prevista para o leilão.
Pressão contra o leilão chega à Câmara dos Deputados
No inicio da noite, a FUP e o MAB também participaram de uma reunião com a Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás e do Pré-Sal, para levar a questão do leilão de Libra à Câmara dos Deputados.
Liderada pelo Deputado Luiz Alberto (PT-BA), a reunião serviu para os petroleiros colocarem a urgência deste tema na ordem do dia dos parlamentares.
Representando os atingidos por barragens, Cristiano Medina, do MAB do estado do Pará, foi enfático ao afirmar que os deputados não podem fugir desta questão. “Nós estamos aqui para trazer a vocês, parlamentares, a responsabilidade em também tentar preservar a soberania nacional do nosso país. Nós depositamos confiança em vocês, os elegendo nas últimas eleições e, agora, vocês tem o dever de contribuir. Nós, trabalhadores do campo e da cidade, vamos ocupar quantas instancias forem necessárias, para lutar pelos nossos direitos.”
O coordenador da FUP, João Antonio de Moraes, que tem liderado as atividades contra o leilão de Libra em Brasília, exigiu que o Deputado Luiz Alberto leve este pleito dos trabalhadores ao resto da bancada do PT, e solicitou uma nova reunião com toda a bancada, para debater estratégias legais que possam pressionar ainda mais o governo para que o leilão seja suspenso. “Nós estamos vindo de uma jornada de luta que vai durar o tempo necessário para que alcancemos o nosso objetivo, que é barrar este crime lesa pátria. Nos próximos dias, um dos principais movimentos acontecerá a partir do dia 17, data de mobilização nacional, que já faz parte da nossa agenda de luta. Tenho certeza que no dia 21, não teremos de fazer um ato no local do leilão, como de costume, mas vamos celebrar a vitória, porque não sairemos de Brasília enquanto o leilão de Libra, a maior reserva de petróleo descoberta nos últimos tempos, não for cancelado.
Também representando os petroleiros, o diretor da Secretaria de Relações Internacionais da Federação, Mario Dalzot, citou a vitória dos trabalhadores em relação ao PL 4330, que não foi colocado em votação na última semana, graças à pressão dos trabalhadores de diversas categorias e das centrais sindicais que há cinco meses se mobilizam no Congresso Nacional para derrotar o projeto, que na prática, significa a regulamentação da precarização do trabalho. “Pela experiência da luta contra o PL 4330, o trabalho de “corpo a corpo” com os deputados, funcionou. Passamos dias aqui, na casa do povo, para impedir um retrocesso em relação à terceirização. Nesta luta contra o leilão, não vai ser diferente, vamos pressionar, insistir, panfletar, conscientizar as pessoas, nestes corredores e também nas ruas e evitar que exista um retrocesso no país, através da privatização do petróleo, que é nosso”, destacou Dalzot.