Rede Brasil Atual
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, pronunciou-se nesta segunda-feira (28) pela primeira vez em defesa da Petrobras, envolvida em acusações de irregularidades na compra de uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos. Durante sua participação no seminário Rumos da Economia, da revista Brasileiros, o ministro foi questionado sobre as críticas da oposição no Congresso, que encaminha a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), de que os governos dos presidentes Lula e Dilma teriam "politizado" a gestão da companhia, causando risco de que a estatal do petróleo possa vir a "quebrar".
"Dizer que quebramos a Petrobras é um contrassenso. Em 2002, a Petrobras tinha valor de mercado de US$ 15 bilhões. Hoje, vale mais de US$ 100 bilhões e tem um plano de investimento de US$ 40 bilhões. É uma das empresas mais sólidas do mundo", disse. O investimento do governo em petróleo e gás, principalmente por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da própria Petrobras, é um dos pilares do plano de alavancar a infraestrutura brasileira e sustentar a atividade econômica até 2022: dos R$ 679 bilhões que devem ser investidos ao longo da próxima década, o setor é o que contará com mais recursos, com cerca de R$ 188 bilhões. O segundo lugar é energia, que também envolve a cadeia produtiva do petróleo, com R$ 186 bilhões.
O ministro comparou ainda o investimento da Petrobras com o de gigantes privadas do setor, como a Exxon e a Shell, para reafirmar que "a Petrobras está investindo muito mais do que essas empresas". "Como é que uma empresa que teve lucro de R$ 23 bilhões ano passado, que é mais do que ela valia em 2002, e tem um investimento deste porte, com a produção aumentando… como é que você diz que a empresa está quebrada? Realmente não faz o menor sentido", ponderou. Segundo Mantega, o Brasil caminha para estar entre os cinco países do mundo com as maiores reservas de petróleo.