Plenária debate a política industrial que os metalúrgicos querem para o Brasil

CNM

A política industrial brasileira estará no centro das discussões da Plenária Estatutária da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), que acontecerá nas próximas quarta e quinta-feira (19 e 20), na sede da entidade, em São Bernardo do Campo (SP).

O evento reunirá cerca de 150 pessoas de todo o país, que debaterão as propostas dos trabalhadores sobre o tema, a partir do painel do qual participarão o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Mauro Borges Lemos, e o diretor do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade de Campinas), Fernando Sarti, que também é pesquisador do Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia (NEIT) da mesma instituição. O painel acontecerá às 14 horas de quarta-feira.

Pela manhã, para fazer análise da conjuntura, haverá um painel com André Singer, jornalista e professor de Ciência Política da Universidade de São Paulo, e o secretário de Relações Internacionais da Central Única dos Trabalhadores, João Felício.

Política industrial e contrato coletivo de trabalho

“A Plenária será uma grande oportunidade para que a categoria aprofunde a discussão sobre a política industrial que queremos. Os trabalhadores já vêm participando dos fóruns tripartites criados pelo governo, como as comissões do Plano Brasil Maior, e na plenária aprovarão um documento que será encaminhado a esses fóruns e também ao governo, com o detalhamento de nossas propostas e reivindicações”, explica o presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, que também é conselheiro da ABDI.

O sindicalista ressalta que os trabalhadores querem que a política industrial a ser adotada no Brasil tenha perenidade: “Queremos uma política de Estado e não de governo, que fica sujeita a mudanças a cada eleição presidencial”.

Outro tema que deve ganhar destaque na Plenária é a campanha pelo Contrato Coletivo Nacional de Trabalho (CCNT), cuja pauta básica foi discutida e aprovada em conferência realizada em novembro de 2012 (veja aqui). “Vamos delinear os próximos passos da Campanha e as estratégias para a negociação das reivindicações nas negociações salariais do próximo período”, assinala Paulo Cayres.

O presidente da Confederação lembra que para subsidiar as deliberações sobre a política industrial e o CCNT, os delegados e as delegadas à Plenária também discutirão em grupos a organização dos trabalhadores nos segmentos que compõem o ramo metalúrgico: aeroespacial, eletroeletrônico, siderúrgico, naval, bens de capital e automotivo (montadoras e autopeças). “Também faremos uma discussão sobre as ações conjuntas que deverão ser adotadas pelas entidades que compõe o macrossetor da indústria da CUT, a partir do painel que o presidente da Central, Vagner Freitas, e eu faremos no segundo dia da plenária”, afirma o dirigente sindical.