Central prestigia Congresso Nacional do MST

CUT

A CUT esteve presente no 6º Congresso Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, realizado em Brasília, de 10 a 14 de fevereiro. Representada pelo presidente da CUT-SP, Adi dos Santos Lima, e pela secretária de Comunicação da CUT Nacional, Rosane Bertotti, a entidade destacou a importância do movimento para o País e parabenizou o MST pelos 30 anos de luta.

Democratização da terra e da mídia

Na manhã de quinta-feira (13), Rosane Bertotti, secretária de Comunicação da CUT Nacional e coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), lembrou sua trajetória de militância junto à agricultura familiar, ajudando a organizar a luta camponesa, e destacou a importância da Democratização das Comunicações no Brasil, um latifúndio ainda mais concentrado do que o da terra.

A dirigente abordou o modo como a grande mídia monopolizada, ao selecionar suas pautas, distorce a realidade, criminaliza os movimentos sociais e deixa de informar a população brasileira sobre o quão rico e importante para o país é um movimento como o MST. Para ela, a luta do movimento é histórica e vem construindo um Brasil mais digno.

“A luta do MST não é apenas uma luta pela terra. A luta do MST é uma luta por Democracia, é uma luta por Educação, é uma luta por um outro País. É uma luta feita por homens e mulheres que constroem este País com dignidade.”, destacou a secretária.

A secretária de Comunicação da CUT Nacional também falou da importância da marcha de quarta-feira (12), que ocupou as ruas de Brasília, e criticou a versão da imprensa sobre o ato, lembrando que a grande mídia monopolizada no Brasil não tem interesse na luta dos movimentos sociais, se limitando a criminalizá-los.

“Eu queria que aquela mesma imprensa que mostrou de forma errônea a marcha de quarta-feira (12) estivesse aqui pela manhã para ver o brilho dessas crianças, para mostrar que aqui tem cultura, que aqui tem conhecimento, que aqui tem Educação”, disse Bertotti.

Rosane destacou a capacidade de organização dos trabalhadores rurais sem terra; sua força produtiva na alimentação popular a partir do saber das comunidades; a saúde dos médicos populares nos acampamentos. No entanto, para a dirigente, tudo isso é ignorado por boa parte dos brasileiros.

“Eu queria que a imprensa mostrasse a realidade da vida no campo, isso a imprensa não mostra. Por isso, da mesma forma que enfrentamos o latifúndio da terra, precisamos enfrentar o latifúndio da Comunicação”,  ressaltou a secretária, sob aplausos dos participantes do Congresso. A dirigente conclamou o MST para se juntar à luta pelas assinaturas do PLIP – Projeto de Lei de Mídia Democrática – ressaltando que a Democratização da Comunicação virá das mãos do povo brasileiro, de sua capacidade organizativa.

Consciência de classes

Na manhã anterior, de quarta–feira (12), o presidente da CUT-SP, Adi dos Santos Lima,  participou da mesa onde diversas organizações sociais discutiram os desafios da classe trabalhadora no país. Parabenizando o MST pelos seus 30 anos, o dirigente destacou a importância do 6º Congresso Nacional para o avanço da consciência de classe na luta dos trabalhadores contra o capital. Adi também ressaltou que o Brasil não pode mais esperar 30 anos para fazer a reforma agrária e reforçou a importância da união da classe trabalhadora para fazer a reforma agrária popular e a Democratização das Comunicações.

 

“Quando a gente se divide, quem ganha é o capital. O MST não mudou, este Congresso desmente o que diz a grande mídia; a terra é vital para manter e sustentar o povo brasileiro. Precisamos também lutar pela Democratização da Comunicação. Queremos e vamos nos somar a vocês para que haja a distribuição de terras e seguir na luta”, disse Adi.

 

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