CUT comemora 30 anos, com ato político no ABC paulista

alt

 

alt

FUP, com informações da CUT

Há 30 anos, a CUT foi fundada em 28 de agosto de 1983, no rastro da histórica greve dos petroleiros de Paulínia (Replan) e Mataripe (Rlam), que desafiou a ditadura militar. O congresso de criação da Central teve participação de 5.059 delegados. Homens e mulheres que representaram 912 entidades de classe: 335 trabalhadores urbanos, 310 rurais, 134 associações pré-sindicais e 99 associações de funcionários públicos, cinco federações, oito entidades nacionais e confederações.

alt

Ao comemorar essas três décadas de história, a CUT volta às suas origens, com a realização de um ato político nesta quarta-feira, 28, no Pavilhão Vera Cruz, em São Bernardo do Campo, mesmo local onde foi realizado o congresso de fundação da central, há exatos 30 anos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um dos fundadores da CUT, participa da solenidade política marcada para as 19h.

O Vera Cruz abrigará também uma jornada cultural com shows, saraus, exposições de ilustrações, e um espaço destinado a expor diversas experiências pela Agência de Desenvolvimento Solidário, inclusive oficina de alimentos e degustação promovida por cooperativas de produtores. A programação prevê ainda um seminário internacional com o tema O Movimento Sindical e os Desafios Globais, que será realizado no hotel Palm Leaf, próximo ao pavilhão.

Uma história que é marco para o sindicalismo da América Latina

No ABC paulista, berço do novo sindicalismo, o 1ºConclat (Congresso Nacional da Classe Trabalhadora) deu origem à maior central sindical da América Latina. A primeira entidade intersindical e intercategorias em nível nacional construída após o golpe militar de 1964.

Para boa parte dos jovens de hoje, com liberdade de se manifestar em um país com inflação inferior a um dígito e quase pleno emprego, é difícil imaginar a conjuntura da época da fundação da CUT. O Brasil enfrentava crise econômica com inflação de 150%.  A dívida externa saltava 100 bilhões de dólares.

O país estava mergulhado em uma violenta recessão e os militares ameaçavam cortar direitos dos trabalhadores de estatais. Apenas nos dois primeiros meses de 1983, a indústria paulista demitiu 47 mil trabalhadores. O brasileiro vivia sob repressão, recessão, desemprego e salários achatados e corroídos pela inflação descontrolada.

No congresso de fundação da CUT, os trabalhadores conclamavam o fim da Lei de Segurança Nacional e do regime militar, o combate à política econômica do governo, lutas contra o desemprego, pela reforma agrária, por reajustes trimestrais dos salários, por liberdade e autonomia sindical. Lutava-se também pelo direito à cidadania e contra o autoritarismo dentro e fora dos locais de trabalho, recheados por “olheiros” da ditadura disfarçados de trabalhadores.

Começou assim a história de uma central sindical que hoje está presente em todos os ramos de atividade econômica do país, com 3.806 entidades filiadas, 7.847.077 de associados e 23.981.044 trabalhadores na base, entre eles os petroleiros da FUP. Confira no portal da CUT entrevistas, artigos, reportagens e textos históricos relativos à fundação e aos 30 anos da Central, bem como a programação completa da comemoração desta quarta, 28.

alt