Sindicato Nacional dos Aeroportuários
A GRU Airport, concessionária do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, está apostando no “quanto pior melhor” ao jogar sujo com os trabalhadores na mesa que negocia o Acordo Coletivo de Trabalho para os aeroportuários/as.
Inicialmente, essa concessionária propôs dar tratamento diferenciado aos aeroportuários/as oriundos da Infraero, ou seja, a GRU Airport propôs um ‘’Acordo’’ com funcionários de primeira e segunda categoria!
Com Acordos Coletivos de Trabalho e conquistas ao longo de 25 anos, o SINA (Sindicato Nacional dos Aeroportuários) recusou essa proposta indecente e exigiu que todos os trabalhadores/as tivessem o mesmo tratamento. Claro, sem esquecer que aqueles/as que estavam saindo da Infraero deveriam ter suas experiências profissionais reconhecidas.
Derrotada em sua pretensão, a GRU Airport guardou o veneno para jogar na sua proposta para o salário base (admissão R$ 1.003,00, após três meses, R$ 1.100,00, diante do piso salarial da categoria, de R$1,324,00); e em relação a benefícios simplesmente propôs a extinção ou rebaixamento de valores prejudicando o salário final e travando a carreira do trabalhador/a.
Assim, as condições equivalentes de tratamento aos trabalhadores/as conquistadas pela categoria junto à Infraero e definidas na mesa de negociações que o SINA participou na Presidência da República e que fazem parte do contrato assinado pela GRU Airport com o Governo Federal estão sendo ignoradas pela concessionária, travando as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho.
O SINA está fazendo a análise juridica dos contratos de concessão e seus anexos para denunciar a ação da GRU Airport ao MPT (Ministério Público do Trabalho) e a outros argãos do Governo Federal e exigir a retomada das negocições em condições equivalentes àquelas conquistadas pelos aeroportuários (as) junto à Infraero e firmadas no acordo com a SAC / Presidência da Replúbica.
Concessão do Galeão e Confins
Se a concessão de Campinas, Brasília e Guarulhos, até o momento está gerando graves prejuízos aos trabalhadores/as, o anúncio do Galeão e Confins só faz ampliar o pessimismo diante do equívoco do governo Dilma Rousseff ao optar pela privatização dos nossos mais importantes aeroportos. Mesmo assim, o SINA vai exigir da Presidência da República a garantia dos direitos dos aeroportuários/as cariocas e mineiros.
Além dos aeroportuários/as, diretamente afetados pelas concessões, as classes C e D também já começaram, neste fim de ano, a pagar caro pela decisão da presidenta Dilma. As passagens aéreas com preços parecidos com as dos ônibus desapareceram, bem como as pequenas companhias de aviação, absorvidas pelas três gigantes – Tam, Gol e Azul -, que aproveitaram para reduzir voos e ampliar a ocupação de seus aviões.
Até aqui a política de concessões, anunciada como solução para os nossos problemas aeroportuários, trouxe a tentativa de rebaixamento salarial dos trabalhadores aeroportuários/as e a expulsão das classes C e D e o seu retorno às rodoviárias, transformando outra vez os aeroportos em artigo de luxo.
Pra frente é que se anda
O SINA não vai aceitar o que os executivos da Invepar – agora na GRU Airports – fizeram na Vale do Rio Doce e no Metrô do Rio de Janeiro! E os aeroportuários/as da Infraero parecem desconfiar das intenções da concessionária: o diretor de Administração da Infraero, José Eirado, revelou ao presidente do Sindicato, Francisco Lemos, nesta segunda-feira, 7, que por enquanto apenas 150 trabalhadores/as tendem a migrar para a empresa privada nos três aeroportos. Como as concessionárias assumirão os três aeroportos dentro de pouco mais de 30 dias, o SINA exigirá da Infraero uma posição quanto ao remanejamento dos trabalhadores lotados nos aeroportos concedidos, bem como a conclusão do convênio de cooperação técnica com outros órgãos do Governo Federal