Sindipetro-NF
O diretor de Saúde e Segurança da FUP e coordenador geral do Sindipetro-NF, José Maria Rangel, relacionou o adernamento, nesta madrugada, da plataforma SS-53, a um quadro geral de precariedade na fiscalização da segurança na atividade off shore no Brasil. De acordo com o sindicalista, o crescimento do setor não está sendo acompanhado por um aumento no número de fiscais.
"A Petrobrás anunciou que pretende atingir a produção de quatro milhões de barris diários em 2020, que é o dobro do que produzimos hoje, e o que vemos é que órgãos fiscalizadores como ANP (Agência Nacional do Petróleo), Ministério do Trabalho e Marinha não têm a mesma perspectiva de acréscimo em suas condições de fiscalizar plataformas e embarcações", disse José Maria.
Segundo ele, o caso SS-53 se soma a outros acidentes recentes, como os de P-20 e P-62, que podem ser interpretados como "sinais de que uma grande tragédia pode acontecer".
O coordenador do NF qualificou como "muito grave" o adernamento da SS-53, que atingiu 3,5 graus de inclinação. Nesta condição, ainda é possível o resgate por guindaste (cesta), como ocorreu com os mais de 70 trabalhadores retirados da unidade. Ele lembrou, no entanto, que houve situação na Bacia de Campos onde isso não foi possível e os trabalhadores tiveram que se atirar no mar.
O Sindipetro-NF vai indicar um representante para compor a comissão de investigação do caso. A entidade vai ouvir os trabalhadores para saber se há um histórico de problemas na plataforma que explique a ocorrência.
O sindicato, mesmo não sendo representante formal dos trabalhadores da empresa Noble, que opera a plataforma, atua na defesa geral da segurança do trabalho em todas as áreas operacionais do setor petróleo.