Petrobrás reduz em 36% a PLR dos trabalhadores, mas poupa acionistas de perdas maiores

 

FUP

 

A Petrobrás divulgou na noite de segunda-feira, 04, os resultados financeiros e operacionais referentes ao exercício de 2012. O lucro líquido acumulado ficou em R$ R$ 21,18 bilhões, o que representa uma queda de 36% em relação a 2011. A PLR dos trabalhadores caiu na mesma proporção do lucro, 36%. O provisionamento aprovado é de R$ 1,005 bilhão, enquanto em 2011 foi de R$ 1,560 bilhão. Já em relação aos dividendos, a empresa poupou os acionistas de perdas maiores: a remuneração deles foi reduzida em 26%, caindo de R$ 12 bilhões em 2011 para R$ 8,875 bilhões em 2012. Ainda assim, os acionistas irão abocanhar quase 40% do lucro, ou seja, em torno de 6% a mais em relação a 2011, apesar da empresa ter registrado um dos piores resultados dos últimos anos. Ou seja, a Petrobrás penaliza os trabalhadores que constroem a empresa e, por outro lado, poupa os acionistas.

Em função dos questionamentos e cobranças da FUP, a Petrobrás alterou a remuneração dos portadores de ações ordinárias, que serão remunerados conforme a Lei das S.A. e não mais enquadrados nos mesmos critérios dos portadores de ações preferenciais, que são protegidos pelo estatuto da companhia. No entanto, apesar de considerarmos positiva essa mudança, não é justo que a empresa utilize um peso e duas medidas na hora de distribuir os lucros, prejudicando os trabalhadores e blindando os acionistas. Os petroleiros não aceitam esse tratamento desrespeitoso e discriminatório.

Os resultados negativos amargados pela Petrobrás não são culpa do trabalhador e sim de um modelo de gestão determinado pelo mercado e, portanto, por seus acionistas. Por culpa desses gestores, não foram feitos os investimentos devidos na manutenção de áreas operacionais, o que causou a degradação de plataformas, afetando os resultados operacionais e colocando em risco a segurança dos trabalhadores e do meio ambiente.

Os petroleiros têm sido rotineiramente sacrificados por essa gestão equivocada, submetidos a condições precárias e inseguras de trabalho, acumulando funções e dobras, devido a efetivos insuficientes e aos cortes nos investimentos. A resposta da categoria está sendo dada nas mobilizações e assembleias que estão aprovando a greve de cinco dias. Precisamos dar um basta a esse modelo de gestão e estabelecermos critérios justos, transparentes e democráticos para o provisionamento e distribuição da PLR.

Empresa agenda nova rodada de negociação, na quinta

As mobilizações dos petroleiros, que estão antenados com os indicativos da FUP e de seus sindicatos, levaram a Petrobrás a agendar uma nova reunião de negociação para discutir a PLR 2012. A reunião será na sede da empresa, quinta-feira, 07, às 09h30.