PLR 2012: sem negociação, é greve!

 

 

FUP

Desde meados de dezembro, os petroleiros de todo o país realizaram atrasos e paralisações na entrada do expediente, para alertar a Petrobrás a negociar com o movimento sindical os valores integrais da PLR, ao contrário do que tem feito nos últimos anos, quando a empresa definiu de forma unilateral o provisionamento da PLR dos trabalhadores, sem regras ou critérios que atendas às reivindicações da categoria.

Do dia 10 de janeiro até a última semana, os indicativos do Conselho Deliberativo da FUP, de rejeição da proposta apresentada pela empresa e, de uma greve nacional de 24h, começaram a ser aprovados pelos trabalhadores das bases do Amazonas, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. No Ceará, Bahia, Espírito Santo, Duque de Caxias, Norte Fluminense e Paraná/Santa Catarina, as assembléias foram encerradas nesta sexta-feira, com aprovação da greve nacional de 24h, por ampla maioria dos petroleiros.

Os petroleiros avisaram, mas a Petrobrás não ouviu, por isso, nesta segunda-feira, 28, os trabalhadores de todas as unidades operacionais e administrativas da companhia seguirão o movimento nacional de greve convocado pela FUP, não emitindo as permissões de trabalho (PT’s) e mantendo operações padrões.

Em paralelo às assembléias e paralisações surpresas, a FUP e seus sindicatos estiveram em Brasília, na quarta-feira, 16, para levar as questões da PLR 2012 ao Diretor Geral do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (DEST), Murilo Francisco Barella.

A FUP recorreu a esta instância do governo, para afirmar que a queda do lucro da Petrobrás não pode prejudicar a participação nos lucros e resultados dos trabalhadores, que desde 2009, lutam por uma PLR justa e democrática, provisionada com base em critérios que atenda as reivindicações dos petroleiros.

Os diretores da Federação deixaram claro que a queda no lucro da Petrobrás não é nada menos que resultado das ações de seus acionistas e gestores indicados por eles, como a falta de manutenção de áreas operacionais, por exemplo, fato que ocasionou as interdições de diversas plataformas, por parte de órgãos públicos, e que antes foi denunciado pela Federação e seus sindicatos, assim como a depreciação cambial e a defasagem nos derivados de petróleo. O Diretor Geral do DEST comprometeu-se em avaliar as questões levantadas pela FUP e, em breve, debater o tema com a Petrobrás.

Petrobrás insiste em não negociar montante da PLR com movimento sindical

Mesmo após a FUP ter enviado à Petrobrás, ainda em dezembro, três solicitações de reuniões para debater o montante da PLR dos trabalhadores, somente nesta quinta-feira, 24, a empresa encaminhou um documento à Federação, não para agendar alguma reunião, mas para afirmar que a companhia encontra-se em fase de finalização de seus resultados. No documento, a Petrobrás também reiterou a orientação do DEST, que define o limite máximo de 4,5% do lucro liquido, antes das participações dos trabalhadores e acionistas da empresa. A FUP considera esta postura da empresa, um verdadeiro equívoco, já que o correto seria que o movimento sindical fosse chamado para, em conjunto, debater com a empresa o montante a ser distribuído para a PLR dos trabalhadores.

A forma unilateral da decisão da Petrobrás, alem de desrespeitar os trabalhadores e o movimento sindical, prejudica as negociações, uma vez que a proposta apresentada pela empresa já chega à FUP e seus sindicatos, completamente engessada.