Em entrevista à CUT, coordenador da FUP fala sobre os prejuízos do leilão de Libra

FUP, com informações da CUT

Em entrevista concedida ao portal da CUT, o Coordenador da FUP, João Antônio Moraes, fala sobre as consequências do leilão de Libra, onde o consórcio vencedor é formado pela Petrobrás, que terá 40% do campo, Shell (20%), Total Elf (20%) e as estatais chinesas CNPC (10%) e CNOOC (10%). Ele acredita que ainda é possível lutar contra o resultado do leilão na Justiça. “Veremos agora quais passos teremos que dar para lutar contra o resultado no campo Jurídico e manteremos nossa luta para continuar conscientizando a população sobre o prejuízo de 60% das reservas de Libra estarem em mãos estrangeiras”, criticou.

Moraes comenta que a entrada de empresas transnacionais não ajudam a economia brasileira, porque o investimento não é feito aqui. “A Shell, grande vencedora do consórcio, fará o que tem feito até agora: não vai comprar navios brasileiros, não vai investir em petroquímica ou no refino e ainda precarizará as relações de trabalho, como já faz, com a contratação praticamente total de terceirizados para fazer um trabalho que deveria ser responsabilidade da própria empresa, colocando em risco também meio ambiente e comunidades”, explica.

Para o dirigente, mesmo a manutenção da produção nas mãos da Petrobrás não representa uma vitória. “Na teoria, a Petrobrás será responsável pela produção. Na prática, porém, 60% do controle estão em mãos estrangeiras. Portanto, a lógica de extração, produção e investimento será estrangeira.”