FUP
Após um ano de implementação, o Programa de Otimização de Custos Operacionais (Procop), que reduz os investimentos em manutenção de equipamentos e contratação de trabalhadores do Sistema Petrobrás, mostra resultado e confirma as denúncias feitas pela FUP e seus sindicatos, sobre o risco de acidentes que este programa representa às unidades de refino da empresa. Em menos de uma semana, a FUP foi informada sobre ocorrências gravíssimas na Reman, em Manaus, na Repar, no Paraná, na Regap, em Minas Gerais e, na Reduc, em Duque de Caxias.
Na noite de domingo, 01 de dezembro, uma unidade da REMAN foi atingida por forte explosão seguida de incêndio. O acidente que ainda não teve suas causas explicadas, deixou três trabalhadores feridos. O técnico de operação da Petrobrás, Hideki Konasugawa, que sofreu queimaduras em 34% do corpo, foi encaminhado em estado grave pro Hospital da Força Aérea, no Rio de Janeiro. O outro trabalhador, Igo Martins, que teve 23% do corpo queimado, continua internado, em Manaus. O terceiro trabalhador afetado pelo acidente, também técnico de operação, sofreu queimaduras leves e foi liberado do hospital logo após o pronto atendimento. O Sindipetro-AM ainda está apurando as causas do acidente, que ocorreu na Unidade de Craqueamento Catalítico (UFCC), durante a parada para manutenção.
Na semana anterior, na Repar, houve o rompimento de uma tubulação nas proximidades da bomba de carga, para a Unidade de Destilação da refinaria, causando grande explosão. O acidente ocorreu na quinta-feira, 28, por volta das 22h30 e o incêndio só foi controlado por volta da zero de sexta. Apesar da grande proporção do acidente, não houve registro de trabalhadores feridos, porém, o calor do fogo causou danos estruturais à refinaria, chegando a entortar vigas de sustentação de equipamentos e dutos. A explosão também ocasionou um vazamento de grande quantidade de óleo para as canaletas de águas pluviais, chegando à Unidade de Tratamento de Descartes Industriais e, causando o risco de contaminação do Rio Barigui,segundo informações do Sindipetro PR/SC.
Na Reduc, o acidente ocorreu na última semana de novembro, causado por diversas falhas de um compressor, que após ter levado a U-1720 à parada de produção, devido a uma sobrecarga elétrica, não teve os reparos necessários, fato que causou explosão na unidade. O acidente quase causou a morte de um trabalhador, que foi atingido por pedaços do compressor. No dia 1 de dezembro, a U–1540, também na Reduc, houve outra explosão causada por problemas no compressor. A unidade encontra-se parada e o Sindipetro Caxias já está participando de um Grupo de Trabalho que analisa o acidente.
Na Regap, a insegurança também deu indícios nesta terça-feira, 03, quando um trabalhador sentiu forte cheiro de H2s e, acionou a equipe de SMS da refinaria, que constatou o vazamento de gás na U-108. A interdição foi feita e, toda a produção próxima ao local, paralisada. O Sindipetro-MG já está participando da comissão de investigação das causas do vazamento.
Assim como em outros períodos, este tipo de política de gestão foi implementada na Petrobrás, com nomes diferentes, mas causando os mesmos efeitos e estragos no dia a dia dos trabalhadores. A FUP e seus sindicatos continuarão insistindo na luta pela manutenção dos investimentos nas áreas operacionais da Petrobrás e, denunciando os riscos que os petroleiros estão submetidos, devido à redução do custo de manutenção, inspeção, redução de efetivos e postergação de serviços importantes.
FUP se reúne com diretoria de abastecimento da Petrobrás
Nesta sexta-feira, 05, a FUP se reuniu com o diretor de abastecimento da Petrobrás, Concenza, com o diretor executivo de refino e os gerentes gerais da Repar e da Reman, na sede da Petrobrás no Rio de Janeiro, para expor a preocupação da Federação e seus sindicatos sobre o clima de insegurança no setor de abastecimento da empresa, principalmente pelo agravante da presença de gestões de SMS autoritária e, dos desvios ocorridos em função da implementação de programas como o Mobiliza e Procop.
Ao final da reunião, foram definidos os seguintes encaminhamentos:
1 – Análise ampla dos acidentes, considerando questões específicas e estruturais
2 – Após a divulgação do balanço do Mobiliza pelo RH corporativo (já cobrado anteriormente pela FUP), será discutido o balanço específico do abastecimento e suas conseqüências.
3 – Implementação de medidas que busquem definir a questão da negociação do efetivo da Repar
4 – Formulação de um fórum de SMS específico de abastecimento.