CUT/MT
A Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso (CUT-MT), o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Saneamento Ambiental de Cuiabá (Sintaesa) e a Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), formalizaram ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/MT) na segunda-feira (6), denúncias sobre as péssimas condições de trabalho que estão submetidos os trabalhadores que prestam serviços à concessionária dos serviços de saneamento básico de Cuiabá, CAB Cuiabá.
São aproximadamente 100 trabalhadores que se encontram em condições análogas à escravidão. Após receber a denúncia, o presidente do Sintaesa, Ideueno Fernandes de Souza, e o secretário de Comunicação da CUT-MT, Robinson Ciréia, realizaram uma blitz nas duas casas utilizadas como alojamento. O alojamento da empresa Mundial Construção e Urbanização está localizada na Rua Diogo Domingos Ferreira, 577 bairro bandeirantes e o alojamento dos trabalhadores da empresa AJ Construção está situada na Rua São João dos Lázaros, 50, bairro Areão.
A visita aos alojamentos ocorreu no domingo (5) e foram constatadas várias irregularidades relatadas no documento entregue procurador chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da 23ª Região, Thiago Gurjão Alves Ribeiro e ao Superintendente Regional do Trabalho de Mato Grosso, Valdiney Antonio de Arruda.
As duas residências, utilizada com moradia, se apresentavam sem as mínimas condições de higiene, com apenas três banheiros, sem chuveiro elétrico, abrigando cada uma, cerca de 50 pessoas. “Como se não bastasse às condições precárias de alojamento, até os itens básicos de higiene, como sabonete, papel higiênico, sabão em pó, detergente e aparelho de barbear são cobrados diretamente dos trabalhadores, pelos responsáveis das Empresas Terceirizadas, através de caderneta de anotação. Além disso, muitos trabalhadores estão com problemas de saúde e não tem, por parte de seus contratantes, o devido atendimento médico”, relatou o presidente do Sintaesa.
De acordo com as informações dos trabalhadores, as promessas feitas em relação a salários, horas extras, cartões de ponto, uniformes não foram cumpridas. Além disso, até as despesas da viagem de três dias, do Estado da Bahia, principalmente na cidade de Feira de Santana, até Cuiabá, lhes foram descontados, contaram os trabalhadores.
Para o presidente da CUT-MT, João Luiz Dourado, a Central espera que o Ministério Público do Trabalho e a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego tomem as devidas providências para retirar, com urgência, esses trabalhadores dessa condição análoga de trabalho escravo.