Pressionado pelas últimas mobilizações promovidas pelo SINDIPETRO-RN e CE, o RH corporativo da Petrobrás agendou para o próximo dia 25 uma reunião com as Entidades para tratar das cobranças em relação à prática do Regime Administrativo no Campo. O encontro deve acontecer na sede da Companhia, em Natal. A ideia é inserir o pessoal das áreas remotas em um regime de trabalho adequado à natureza da atividade e ao local de lotação. Isso significa oferecer não somente uma compensação financeira, mas também as folgas decorrentes do trabalho.
Desde dezembro, a Petrobrás vem prometendo rever a questão dos Regimes de Trabalho praticados de maneira inadequada. Mas, foi somente depois de dois atos realizados recentemente, na base da empresa, em Fazenda Belém, e na Termoaçu, em Alto do Rodrigues, nos dias 29 de janeiro e 4 fevereiro, respectivamente, que houve alguma movimentação por parte da Empresa para tratar do assunto. Para o coordenador-geral do SINDIPETRO-RN, José Araújo, é preciso um olhar mais humanizado sobre as implicações da prática do regime administrativo à saúde mental e física dos trabalhadores do Campo. “Não são poucos os casos de pais que estão deixando de acompanhar o crescimento de seus filhos. É uma perda irreparável”, frisou Araújo.
Questionado sobre sua rotina e consequências para sua vida pessoal de atuar em bases remotas, inserido neste regime, um funcionário da Petrobrás, lotado na Usina, desabafou: “Entrar na Petrobras sempre foi um dos meus maiores sonhos. Mas o descaso com algumas bases remotas é algo que nos deixa desmotivados e causa prejuízos irreparáveis à convivência com nossas famílias. Maior que qualquer bem material” explicou.
Também insatisfeito com a situação que enfrenta, um operador da mesma unidade destacou que pedir transferência é uma vontade de boa parte da força de trabalho daquela base. “Quando abre uma vaga em Guamaré é muita gente querendo ir, e ninguém querendo vir. Há casos de engenheiros que conseguiram a transferência há mais de um ano e o posto de trabalho continua em aberto. O baixo ‘custo-benefício’ para os funcionários torna o local pouco atraente”, frisou.
Para o Coordenador Geral do SINDIPETRO-RN, José Araújo, o depoimento dos trabalhadores é legítimo, importante para comprovar o quanto compromete a qualidade de vida do empregado. Para a reunião do dia 25, José Araújo alerta “Nosso objetivo é levar o Regime Especial de Campo – REC (1 por 1, ½) para essas bases. Não vamos admitir que a análise seja realizada com base no posto de trabalho. Não queremos discutir isso. A questão é geográfica, o que nos afasta da família, da vida social e dos estudos”, explicou.
A expectativa é o Gerente do RH Corporativo da Companhia apresente soluções eficazes para a demanda da categoria. Caso contrário, novas mobilizações serão promovidas.
Fonte: Sindipetro RN