Louvável todas as iniciativas para o debate das questões de SMS nas unidades da Petrobras, mas é lamentável que ainda se queira construir atividades de tamanha importância para os trabalhadores excluindo-se a entidade sindical dos petroleiros da organização dos Fóruns. Para alcançar êxito, a Gerência de Serviços Compartilhados poderia se aliar ao movimento sindical, como ocorreu com o Fórum Nacional de SMS.
Assim, o Fórum de SMS realizado de forma unilateral dia 11\5, na UP Salvador, deixou a desejar. O diretor do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar, ressaltou a importância do movimento sindical na construção de uma nova Petrobras, bem como na conquista obtida com a retirada do TFCA das metas gerenciais e até 2014 dos indicadores corporativos, mas lamentou os altos índices de subnotificação de acidentes.
Subnotificação comprovada pelos resultados de segurança da empresa, com mais de uma morte por mês, o que demonstra o tamanho do problema jogado debaixo do tapete, com taxas “controladas” de acidentes com afastamento, indo de encontro à conhecida Pirâmide de Frank Bird.
Foi destacado também que mais de 80% dos acidentes fatais ocorrem com a grande massa de terceirizados, demonstrando o tamanho da precarização do trabalho e do descumprimento da Diretriz de SMS número 7, que fala sobre Aquisição de Bens e Serviços. O diretor Deyvid Bacelar recomendou aos fiscais e gerentes de contrato presentes no Fórum que tivessem mais atenção aos itens de SMS dos contratos, conhecidos como Anexo 3.
Sobre a Diretriz de SMS de número 13, que trata de Análise e Investigação de Acidentes, foi alertado que o sindicato não é convidado a participar das comissões (e os resultados dos relatórios não são divulgados para toda força de trabalho), descumprindo-se assim não só a Diretriz 13, mas também o ACT.
Deyvid aproveitou a oportunidade e criticou o conceito “falacioso” da “Falta de Percepção de Risco\FPR”, jargão adorado pela maioria dos palestrantes. Segundo o dirigente do Sindipetro Bahia, um deles chegou a dizer que 68% das causas básicas dos acidentes estão relacionadas à FPR”.
A crítica, segundo Deyvid Bacelar, foi feita com base nos princípios da Administração de Perdas, que em síntese afirma “que por trás de toda causa básica de acidente existe uma causa administrativa”.
Em vez de “Percepção de Risco” o que falta é o compromisso visível das gerências de linha com o conceito da liderança pelo exemplo, os recursos necessários e boas condições de trabalho, bem como o tratamento adequado dos desvios identificados.