Sindipetro NF
O Sindipetro-NF terá como desafio primordial em 2013 a pressão sobre a Petrobrás para que a empresa se posicione em relação à necessidade de uma mudança radical em sua política de segurança. A avaliação é do coordenador geral do sindicato, José Maria Rangel, que afirma que a companhia chegou a um ponto de precariedade nas condições de vivência a bordo e segurança no trabalho, “comparáveis aos tempos do Plano Cruzado”, quando estava sendo preparada para ser privatizada.
“Se a gestão da empresa e a categoria não entenderem a gravidade deste momento em que estamos vivendo, ficaremos numa situação muito difícil”, diz José Maria.
O alerta foi dado no final de 2012, em pronunciamento na Rádio NF (áudio disponível na íntegra em www.radionf.org.br). O coordenador geral do sindicato fez um balanço das ações da entidade na área da segurança em 2012 e registrou a intenção de manter o tema como prioridade absoluta em 2013.
Fiscalizações
Entre as ações que demandam atenção especial da categoria está a pressão para que a Petrobrás garanta a presença do sindicato nas fiscalizações oficiais, como determina o Acordo Coletivo de Trabalho. Ele lembrou que esta é uma conquista importante dos trabalhadores e um instrumento essencial para identificar as reais condições das áreas operacionais.
“Quando a fiscalização chega a bordo, o trabalhador não sabe quem é o fiscal. Não sabe se poderá confiar para apontar todos os problemas. Com o sindicato é diferente, o trabalhador se sente mais seguro para relatar as pendências, e o representante sindical pode mostrá-la na fiscalização”, explica.
Cinco casos diários
Em 2012, perderam suas vidas no sistema Petrobrás 14 trabalhadores. Na Bacia de Campos, houve uma média de 4,8 acidentes por dia, considerados apenas os casos notificados. Na avaliação do sindicato, este número pode ser até três vezes maior, em razão dos frequentes relatos recebidos pelo NF de omissões e subnotificações dos acidentes.