Divanilton Pereira é diretor da FUP, do Sindipetro-RN e da CTB
Exposição realizada no Congresso Internacional da UIS Energia /FSM, em Caracas, Venezuela, de 29 a 30/11/2012
I – Saudação e Agradecimento
Bom dia companheiras e companheiros!
Para nós da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e da Federação Única dos Petroleiros (FUP) é um honra participar desse importante congresso. Um evento que se realiza em um momento e num país rico em experiência democrática, popular e revolucionária.
Aqui estão reunidas entidades representativas de vários países e que atuam num dos ramos mais estratégicos da economia mundial: A energia.
Nesta terra de Simon Bolívar, onde lutou o brasileiro Abreu e Lima e outros, nos solidarizamos com seu comandante atual, o presidente Hugo Rafael Chávez Frias, pela sua luta política e pessoal.
Enquanto os governos dos países centrais atacam os direitos sociais dos povos, o governo revolucionário bolivariano aprova a nova lei orgânica dos trabalhadores, com destaque para a redução da jornada de trabalho.
Por isso mais uma vez agradecemos o convite para participarmos desse acontecimento.
II – Contextualização
Esse congresso ocorre num período histórico da política internacional muito particular, no qual está marcado pela forte crise capitalista, por conflitos políticos, diplomáticos e pelas agressões imperialistas, que em seu conjunto, produzem um período de transição na geopolítica internacional.
Essa transição se caracteriza pelo declínio relativo dos EUA e a rápida ascensão dos até então países ditos periféricos (BRICS), destacadamente a China.
No entanto, como reação a esse novo quadro, o império estadudinense eleva as tensões no planeta, criando no mundo uma perspectiva instável, incerta e perigosa. Intervenções militares no Iraque, Afeganistão, Líbia, Síria, Palestina, Honduras, Paraguai e ameaças sobre o Irã e outros, comprovam essa tendência.
No entanto, como reação a esse novo quadro, o império estadudinense eleva as tensões no planeta, criando no mundo uma perspectiva instável, incerta e perigosa. Intervenções militares no Iraque, Afeganistão, Líbia, Síria, Palestina, Honduras, Paraguai e ameaças sobre o Irã e outros, comprovam essa tendência.
III – A Crise Capitalista Recrudesce com Maior Violência Social
O modo de produção capitalista, exacerbado pelo seu atual estágio da financeirização, entrou em colapso e provoca desestabilizações políticas, econômicas e sociais em todo o mundo, sobretudo nos EUA e na Zona do Euro.
Enquanto trilhões, entre dólares e euros, são saqueados dos Estados para preservar os interesses da banca financista especuladora, a classe trabalhadora, através de programas de ajustes fiscais, sofre um significativo retrocesso civilizacional laboral da história moderna.
Na luta contra esses ataques, a CTB e a FUP saúdam e se solidarizam nesse congresso com todos os lutadores e as lutadoras sociais, sobretudo com a classe trabalhadora européia, que resiste contra a ofensiva capitalista sobre seus direitos. Hipotecamos todo apoio às greves gerais desencadeadas pelos trabalhadores e trabalhadoras daquele continente.
IV – A Energia e o Fortalecimento dos Estados Nacionais
Desenvolvimento é energia. A disponibilização e o seu controle pelos Estados nacionais são requisitos para a manutenção e a ampliação do crescimento econômico e da justiça social. A utilização sustentável dessa matéria potencializa a redução da pobreza em qualquer país.
Nessa crise que é a mais global da história do capitalismo, os seus efeitos atingem a todos, mas de maneira diferente entre os países e regiões. Aqueles, que, com suas peculiaridades e processos próprios, vêm fortalecendo os papéis dos seus Estados enfrentam esse abalo em melhores condições de superá-la.
Entretanto, eles precisam estar bem situados no que diz respeito ao acesso, desenvolvimento e controle energético. Não há nação com perspectiva soberana e desenvolvida sem soberania energética.
V – A Classe Trabalhadora Deve Disputar Projetos Políticos
É desse contexto e dessa perspectiva que deve ser a referência da luta de nós trabalhadores e trabalhadoras do ramo energético, ou seja, disputarmos projetos políticos soberanos, nacionais e solidários que promovam e valorizem o trabalho.
A luta pelos direitos sociais é parte integrante de nossa ação cotidiana, e dela não devemos abrir mão. No entanto, ela por si só tem alcance limitado.
Se para o conjunto da classe trabalhadora é imprescindível à luta política mais estratégica, para nós que descobrimos, constituímos e desenvolvemos a segurança energética, é uma necessidade objetiva.
Bastam ver a situação dos centros desenvolvidos, sobretudo os Estados Unidos, que tendo uma situação energética frágil, promovem até guerras em busca de seu domínio. Além desse mecanismo bélico, buscam influenciar e enquadrar os programas das nações ricas em energia, sobretudo os em desenvolvimento, através das privatizações e desnacionalizações. Nós devemos tem um papel pró-ativo contra essa ofensiva liberal.
VI – Uma Unidade política e Organizacional
Para enfrentarmos esse cenário de ameaças e de possibilidades, devemos evitar a dispersão política e a ausência de foco da classe trabalhadora. É uma condição que desarma e retarda suas conquistas. E quando isso atinge também suas organizações, as chances de melhores vitórias, sejam elas imediatas ou estratégicas, se tornam quase que improváveis.
Para nós da concepção classista, a luta pela unidade política deve ser uma referência permanente entre nossas ações. E a nossa tolerância e perseverança política como exercícios que contribuem para a superação de alguns obstáculos.
Dessa forma, devemos empreender todos os esforços pelo fortalecimento da Federação Sindical Mundial (FSM) e sua estrutura organizacional, sobretudo as UIS`s. E para nós que integramos a energética, precisamos dar um salto político e organizacional em sua estruturação mundial. Nosso protagonismo político precisa ganhar mais e melhor energia.
VII – América Latina e Caribe: Uma Organização para um Novo Tempo
Compreendemos que a América Latina e o Caribe vivem em sua grande parte um novo tempo político. Experiências democráticas e populares de uma forma inédita desenvolvem seus processos. Entretanto, opinamos que essa realidade não seja uma rota retilínea, sem percalços e/ou sem ameaças. Os golpes em Honduras e no Paraguai são exemplos mais recentes dessas possibilidades.
Por isso, compreendemos que nessa região, em função dessas particularidades e oportunidades, devemos coordenar mais intensamente a articulação da UIS energia nesse estratégico continente, como forma de fortalecer a FSM e impulsionar nossa intervenção política junto à sociedade e aos programas desses Governos.
Esse necessário foco também ajudará na propagação de nossas convicções que tem na segurança energética o eixo de nosso projeto político soberano, popular e socialista.
São com essas impressões e contribuições que saudamos a realização do congresso internacional da UIS energia.
Ao mesmo tempo, a CTB e a FUP, se solidarizam totalmente com a organização desse evento.
“Trabalhadores de todo o mundo uni-vos”