Mexeu com meu companheiro, mexeu comigo!


A Petrobrás, que recentemente brindou o País com um democrático exemplo de transparência na comunicação, com a criação do seu blog, é a mesma que pratica, internamente, artimanhas obscuras como a de não ouvir a versão dos trabalhadores que ela, arbitrariamente, decidiu punir em razão de supostos abusos na Greve de Março.

A empresa exige ser ouvida, mas não ouve seus empregados. Esta contradição é mais uma mancha na trajetória da companhia, que já coleciona outras mazelas, especialmente as ligadas à insegurança crônica da Bacia de Campos.

O que faz agora a empresa, sob o governo do presidente Lula, é o mesmo que fez em 2001, sob o governo FHC, o que demonstra que a ultrapassada mentalidade gerencial da companhia se mantém.

E estes mesmos gerentes foram os que se cotizaram para pagar honorários dos advogados dos colegas envolvidos na Operação Àguas Profundas, e alguns chegaram a ser promovidos.

Os trabalhadores não se intimidarão com esta medida medieval da companhia, que reuniu em um “grupo de trabalho” alguns gerentes que mais pareciam estar em tribunais da santa inquisição — com a diferença de que estes, mesmo naquela época e sob nefastas condições, ouviam os acusados antes de mandá-los à fogueira.

As punições de 2001 foram derrubadas em ação movida pelo Sindipetro-NF. Estas novas arbitrariedades também o serão. Cada trabalhador atingido deve se manter firme, íntegro e ciente de que todos os demais companheiros estão solidários neste momento.

Como ensina o velho compromisso da luta sindical, “mexeu com meu companheiro, mexeu comigo!”.