FUP na Rio+20: união dos trabalhadores do campo e da cidade na construção de um modelo energético popular

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FUP

Nesta terça-feira, 19, a FUP participou do debate sobre o Modelo Energético de Países em Desenvolvimento, na Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo. O ciclo de debates com entidades como MAB, FISENGE, CUT, ISP e grupos de grupos de estudos do setor elétrico da UFRJ, foi organizado pela Federação Nacional dos Urbanitários (FNU). As discussões giraram em torno do combate à mercantilização e privatização da água e energia no Brasil. Foi unânime entre os representantes das entidades participantes, que o fim das privatizações no setor energético é uma questão de urgência para que a energia seja de fato, um bem de todos.

Durante o debate, o representante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) expôs uma análise sobre os principais eixos do atual modelo energético e, afirmou que com a aceleração do processo de privatização de bens estratégicos no Brasil, se atrasam os avanços nas questões ambientais e sociais, como os direitos humanos e direitos dos trabalhadores, que também são violados com o modelo neoliberal de exploração de energia. “A Economia Verde não é a saída. Este modelo é organizado através do controle privado da energia, que é o principal negócio das grandes corporações”, ressaltou Gilberto.

O coordenador da FUP, João Antonio de Moraes, falou sobre o posicionamento dos petroleiros sobre as questões ambientais e, ressaltou que normalmente, a participação dos trabalhadores do setor petróleo em eventos sobre sustentabilidade, causa muita curiosidade nas pessoas. “Nós, petroleiros, somos solidários à defesa do meio ambiente e, também somos parte dos prejudicados pela exploração exacerbada do setor energético”, afirmou Moraes, que também citou os grandes acidentes ambientais causados pela lógica do capital e, que atingiram diretamente aos trabalhadores, como o da plataforma P-36, na Bacia de Campos, há onze anos, o mais recente acidente da plataforma no Golfo do México e, o vazamento de óleo no Campo de Frade, causada pela petrolífera estrangeira, Chevron.

Moraes finalizou sua participação afirmando que qualquer modelo concentrador permite a exploração exacerbada de energia e do trabalho e, por isso, a luta e união dos trabalhadores do campo e da cidade são fundamentais para formular propostas que possam garantir um modelo energético popular, ou seja, com controle da sociedade sobre os recursos energéticos do país.

As demais entidades que participaram da mesa ratificaram que o desafio dos países em desenvolvimento tem para crescer dentro da sustentabilidade, é através de grandes investimentos em fontes de energias limpas e renováveis.

Os movimentos sociais, entidades sindicais e demais organizações continuam os debates sobre desenvolvimento sustentável até o dia 23 de junho. Nesta quarta-feira, 20, às 14h, haverá a Marcha dos Movimentos Sociais, às 14h, com concentração na Candelária. A passeata seguirá até o Obelisco, no fim da Av. Rio Branco.