Apesar de limitada, Comissão da Verdade é um passo histórico para consolidar a democracia no Brasil

 

 

FUP

Em cerimônia histórica realizada no Palácio do Planalto, no último dia 16, a presidenta Dilma Rousseff instalou a Comissão Nacional da Verdade, que deverá “examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos” praticadas entre 1946 e 1988. O foco inicial das investigações será os desaparecimentos e demais atrocidades cometidas durante a ditadura militar. “Ao instalar a Comissão da Verdade, não nos move o revanchismo, o ódio, ou o desejo de reescrever a história de uma forma diferente do que aconteceu. Mas nos move a necessidade imperiosa de conhecê-la em sua plenitude, sem ocultamento, sem camuflagem, vetos, sem proibições”, afirmou a presidenta Dilma, que foi torturada e perseguida pelos militares.

Apesar da importância histórica da Comissão, a CUT endossa o posicionamento de diversos familiares de desaparecidos, torturados e perseguidos pelo regime. “Ainda que respeitável, o perfil exclusivamente jurídico da maioria dos membros, bem como a interpretação que alguns fazem da Lei da Anistia, que mantém impunes os torturadores, são preocupantes”, divulgou a Central em nota pública. A CUT defende a punição dos torturadores e assassinos que agiram a serviço do regime militar e que continuam impunes até os dias de hoje e também que a Comissão tivesse uma composição mais ampla, com a participação de familiares das vítimas,  de representantes dos trabalhadores e de grupos e movimentos sociais que lutaram pela redemocratização do país.

Em nome de todos os petroleiros e demais brasileiros perseguidos pelo regime militar, a FUP, assim como a CUT, espera que a Comissão supere estas e outras limitações nos dois anos que terá para apurar os crimes cometidos durante a Ditadura Militar e consolidar, de uma vez por todas, a democracia no Brasil.