96,4% dos petroleiros da Bahia rejeitam proposta da Petrobrás e decretam estado de greve

Nesta quinta-feira, 22/09, os petroleiros da Bahia rejeitaram em cinco seções de Assembleia Geral Extraordinária a contraproposta apresentada pela Petrobrás para o  aditivo do ACT 2016 e aprovaram o indicativo da FUP e Sindipetro Bahia, passando, a partir de agora, ao estado de greve e assembleias permanentes.

Eles também aprovaram a “Operação Para Pedro”, que consiste no cumprimento rigoroso de todos os itens de segurança operacional e denúncia de quem descumprir ou assediar os trabalhadores (veja todos os pontos aprovados na AGE no final da matéria).

Aconteceram assembleias  na BR 324, próximo à localidade de Menino de Jesus, Em Alagoinhas, na borda nordeste, na Fafen, na UTE  Arembepe/Muricy e no prédio Torre da Pituba. As cinco seções da AGE cobriram todas as unidades da Petrobrás.

As seções da AGE realizadas nesta quinta-feira, mostraram uma categoria participativa, revoltada e disposta a enfrentar a luta. A maioria concordou que diante da atual conjuntura a greve é imprescindível, mas deve ser construída para que possa estar amparada em uma base forte.

O coordenador do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar, falou sobre os erros e também sobre os muitos acertos do projeto democrático popular, colocado em prática pelos ex-presidentes Lula e Dilma, no Brasil. Nos últimos 13 anos,  36 milhões de pessoas foram retiradas da miséria extrema no Brasil, foram criados diversos programas para ampliar o acesso da população à educação e abertos dezenas de concursos públicos. A categoria petroleira, por exemplo, lembra Deyvid, “obteve mais de 45% de reajuste acima da inflação nos últimos 13 anos, recompondo o salário que foi defasado no governo de FHC, além de conquistar mais de 40 novas cláusulas no ACT”.

Deyvid também chamou a atenção da categoria para que fique atenta e não se deixe enganar pela nova diretoria da Petrobrás que “vem enviando cartas aos trabalhadores como se fosse uma velha  amiga, tentando conquistar mentes e corações, ao mesmo tempo que congela salários, diminui valor de pagamento de hora extra, lança PIDV indiscriminado, vende ativos e entrega o pré-sal”. Para ele “os altos executivos da companhia só estão interessados em seus altos salários, não são nossos amigos e nunca vão ser”.

Nas seções da AGE,  os trabalhadores deliberam sobre os seguintes assuntos (veja abaixo tabela com os resultados por seção da AGE):

1) Informe e deliberação sobre a proposta da Petrobras e Transpetro sobre o termo aditivo ao ACT 2015-2017

2)      Autorização para Federação Única dos Petroleiros – FUP a estabelecer e conduzir o processo de negociação com as empresas acima mencionadas, ex-empregados aposentados e pensionistas para o ACT 2015/2017 do Sistema Petrobras, aprovada no Plenafup;

3)      Aprovação do estado de Assembléia permanente durante a Campanha Reivindicatória;

4)      Aprovação do estado de greve e autorização para direção da Entidade Sindical notificar o Empregador de seu início nos termos da Lei;

5)      Discussão e deliberação sobre a instituição de contribuição assistencial e negocial em favor desta Entidade, no valor correspondente a 0,5% sobre o salário base e adicionais habituais, a ser descontado em folha de pagamento de todos os trabalhadores empregados do Sistema Petrobrás, nos meses de outubro, novembro e dezembro para custeio da campanha reivindicatória, com direito a oposição antes de efetivado o primeiro desconto;

6)      Aprovação da Operação Para Pedro a partir do dia 29/09/16;

7)      Aprovação da paralisação das atividades do regime de turno e administrativo, no dia 22 de setembro de 2016, com retorno a Salvador para participação da categoria no ato às 15hs, no Campo Grande, contra Retirada de Direitos, contra o Desmonte e Privatização do Sistema Petrobrás, contra a Entrega do Pré-Sal e pelas Eleições #DiretasJá.

** UTE Arembepe/Murici – A contribuição sindical de 0,5% foi votada em separado, sendo que  12 votaram a favor, 11 contra e  04 abstenções.

Fonte: Sindipetro-BA