Desde o início dos tempos, o sonho maior do homem é a conquista da liberdade e emancipação em sua relação com a natureza e com o próprio homem. Dos tempos mais antigos, em 70 antes de Cristo, uma tentativa acontece para tornar real um sonho dos mais conhecidos, o sonhado por Espartanos e mais outros milhares de escravos. Ousadia rebelde que humilha o Império Romano com duas grandes derrotas militares.
Na década de 70 do século XX, a história se repete. O povo heróico do Vietnã expulsa de sua pátria o mais poderoso exército do Império, o dos EUA. Este grandioso episódio da história humana revela à classe trabalhadora mundial que é possível derrotar o capital, suas forças armadas e sua mais avançada tecnologia.
Muitas outras batalhas são travadas no tempo. O objetivo estratégico é o de construir um novo homem/nova sociedade: sem classes, libertária e igualitária. Esta sociedade torna-se a maior utopia de todas já sonhadas pelos explorados e oprimidos da Terra. Porém, muitas dessas lutas acabam transformando-se em trágicos pesadelos. No entanto, as derrotas sofridas nunca puseram fim ao sonho. Muito pelo contrário, os erros, as derrotas e a dor sentida pela morte de milhares de heróis desconhecidos, passaram a forjar novos heróis, mais aguerridos para o enfrentamento da morte mais adiante.
O Quilombo dos Palmares de Zumbi foi um sonho. Canudos de Antonio Conselheiro outro. A Comuna de Paris mais um. E a Revolução Russa o maior de todos. No século XIX, os ideais libertários e emancipatórios empolgam as massas trabalhadoras e as põem em marcha pela conquista do sonho. Os ideais de Saint Simon, Fourier, Owen, Proudhon, Kropotkin e outros socialistas não marxistas, mais os de Marx, Engels, Trotski, Lenin e outros marxistas, abriram caminhos para a classe trabalhadora travar suas lutas por profundas mudanças socioeconômicas, que a levassem à democracia, à sociedade socialista rumo à comunista.
A Revolução Russa foi um dos ápices desse momento histórico. Talvez o mais grandioso e glorioso de todos. Depois de um processo de meses de lutas políticas, os trabalhadores revolucionários decretam o fim do governo provisório e entregam o poder ao Conselho de Petrogado no dia 25 de outubro de 1917. Neste dia nasce a República Socialista Soviética, com ela o primeiro estado socialista da história. A Revolução Russa foi obra do sonho sonhado por milhões de operários, camponeses e soldados. E não só de seus lideres. E mais, teve como uma de suas principais palavras de ordem: Todo Poder aos Conselhos!
A experiência socialista soviética foi breve. Oficialmente dura pouco mais de 70 anos. No entanto, o início do fim do sonho se dá muitos anos antes. Acontece quando a liderança “revolucionária” realiza a substituição do governo autogestionário dos Conselhos por uma máquina burocrática ditatorial e policial, controlada por um só partido e este por um só homem. Mas o sonho socialista soviético marca profundamente o século XX. Tanto que Eric J. Hobsbawn afirma: O século XX começa em 1917 e termina em 1989, com a queda do Muro de Berlim.
Mas o sonho não acabou com o fim da União Soviética. Mesmo porque os novos tempos do século XXI trazem a informalidade, desemprego e exclusão social estruturais para a maioria da classe trabalhadora mundial. E esta, mais uma vez, é obrigada a se por na luta pela construção de um outro mundo possível. Como afirma Marx: “A emancipação dos trabalhadores será feita pelos próprios trabalhadores”.
No contexto político e ideológico dos dias atuais, a luta pelo fim da sociedade capitalista passa pela radicalização das lutas pela construção de uma democracia participativa em todo mundo e um combate profundo e sem tréguas à alienação dos trabalhadores. As ilusões produzidas pelo capital os aprisiona a um viver subordinado, alienado e alienante, individualista e egoísta. Para o capital não passam de uma mercadoria, assim como tudo em sua volta. O pior é que os fantásticos apelos mercadológicos da sociedade de consumo são criados para “drogar” a classe trabalhadora. São produzidos cientificamente pela mídia e marketing de sua propriedade para melhor manipular a vontade e desejos mais íntimos dos trabalhadores.
A sociedade capitalista do espetáculo da mídia, da aparência da cópia, do uso efêmero e do desempenho do homem máquina, jamais deixará de explorar e oprimir o ser humano. Mas a ela o homem sempre reagirá!
– Porque não se pode viver sem amar a si e ao outro, aprisionado pelo apego alienado e insaciável à propriedade privada de todos e de tudo existente em nosso planeta.
– Porque não se pode tolerar ser apenas uma caricatura e não um ser humano, produzida por um viver que reconhece as pessoas pelo que elas têm e não pelo que são.
– E porque não se pode aceitar a ditadura cruel e perversa de uma economia voltada para que poucos tenham muito e muitos tenham pouco.
Portanto, torna-se imperioso continuar lutando pelo fim da exploração e opressão do homem pelo homem.
VIVA A REVOLUÇÃO RUSSA E SEUS 90 ANOS!
O SONHO NÃO ACABOU!
TRABALHADORES DE TODO O MUNDO UNÍ-VOS!