Exigindo mais salários e melhores condições de trabalho, cerca de 1500 operários fizeram passeata pelas ruas de Recife.
A greve dos trabalhadores da construção de Pernambuco entrou no segundo dia, nesta terça-feira (1º), com a paralisação de 70 mil operários em duas mil obras. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Pesada de Pernambuco (Marreta), mais de 90% obras estão completamente paradas.
Exigindo mais salários e melhores condições de trabalho, cerca de 1500 operários fizeram passeata pelas ruas de Recife. Houve violenta repressão policial na capital e dois trabalhadores foram feridos por balas de borracha.
De acordo com a presidenta do Marreta, Dulcilene Morais, “o batalhão de choque chegou logo cedo e se postou ao lado do Sindicato. Como não puderam impedir a passeata, tentaram parar na marra. Mas nós continuamos a passeata e fomos ao palácio do governo exigir respeito”.
O batalhão de choque ainda jogou bombas de gás lacrimogêneo nos manifestantes. O Sindicato prestou queixa formal contra a Polícia Militar de Pernambuco.
REIVINDICAÇÕES – Os trabalhadores exigem reajuste de 15% nos salários, 100% no pagamento das horas extras nos sábados, R$ 100,00 de vale refeição, melhoria na alimentação e nas áreas de vivência, além de avanços nas cláusulas de segurança no trabalho.
Dulcilene denunciou que o aumento oferecido pelas construtoras não acompanha a valorização dos preços dos imóveis no Estado. Uma outra passeata nesta terça-feira, desta vez em Boa Viagem, transcorreu normalmente, sem repressão policial. O Sindicato informou que o movimento se fortaleceu e que, pelo patronato, não existe previsão para negociação.