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Petroleiros de vários estados do país realizaram na manhã desta quinta-feira (02) um ato em defesa do Sistema Petrobrás, no Terminal da Transpetro, em Guararema, cidade do interior de São Paulo, onde está sendo realizada a 5ª Plenária Nacional da FUP. Com uniformes das bases operacionais da Petrobrás, as delegações de petroleiros carregavam faixas e cartazes em repúdio ao Projeto de Lei 131, do senador José Serra (PSDB/SP) – que propõe mudanças na lei do pré-sal, retirando da Petrobrás a função de operadora única e acabando com a obrigatoriedade de participação mínima da empresa em 30% dos campos exploratórios. Trabalhadores próprios e terceirizados do terminal ouviram atentamente por mais de duas horas as lideranças sindicais, que alertaram sobre a gravidade do atual momento político.
Em suas falas, os petroleiros criticaram veementemente o Plano de Desinvestimento aprovado pelo Conselho de Administração da estatal. “Essa redução brutal de investimentos terá impactos imediatos na economia do país, pois os gestores da Petrobrás pretendem se desfazer de 57 bilhões de dólares em ativos que serão colocados à venda. Os trabalhadores serão afetados diretamente, pois a empresa também pretende reduzir custos, o que significará milhares de demissões na indústria naval, na construção civil e nas empresas prestadoras de serviço”, alertou Deyvid Bacelar, representante eleito pelos petroleiros para o Conselho de Administração da Petrobrás. Ele votou contra o Plano de Negócios e Gestão que os demais conselheiros aprovaram e que, em sua opinião, é “uma privatização branca” da empresa.
“Não podemos permitir que isso ocorra em um governo popular e democrático, eleito pelos trabalhadores”, afirmou, ressaltando que “essa luta não é só dos petroleiros, mas de todo o povo brasileiro, pois a Petrobrás sustenta a economia do país, garantindo o desenvolvimento e a geração de empregos”. Muito aplaudido pelos trabalhadores que participaram do ato, Deyvid convocou a categoria a intensificar as mobilizações para evitar o retrocesso.
Defesa da Transpetro
A reincorporação da Transpetro, bandeira histórica da FUP e de seus sindicatos, foi abordada pelos dirigentes e militantes sindicais que falaram para os petroleiros de Guararema durante o ato no terminal, que é um dos mais estratégicos do país. “Nós estamos aqui vestidos de laranja porque temos o orgulho de sermos petroleiros e a Petrobrás que defendemos é uma empresa totalmente integrada, 100% pública e estatal. Por isso a reincorporação da Transpetro é fundamental”, afirmou Felipe Grubba, técnico de operação do terminal e diretor do Sindipetro Unificado do Estado de São Paulo.
Impedir o retrocesso
A maioria das intervenções durante o ato foi de trabalhadores da nova geração de petroleiros, que ressaltaram a importância dos últimos governos terem fortalecido a Petrobrás, retomando concursos públicos e viabilizando investimentos que foram fundamentais para a empresa e o país. “O Brasil ficou 30 anos sem construir uma refinaria e tenho orgulho de poder estar hoje trabalhando na primeira turma da Refinaria Abreu e Lima, que iniciou a produção em novembro e aguarda a conclusão da segunda unidade de refino. Não podemos, portanto, permitir retrocessos, com desinvestimentos que colocam em risco essas conquistas”, destacou Rogério Almeida, técnico de operação da Abreu e Lima e dirigente do Sindipetro-PE/PB.
O coordenador da FUP, José Maria Rangel, destacou a importância da plenária nacional dos petroleiros nesse momento crítico que passa o país e, especialmente, a Petrobrás. “As decisões que os petroleiros tomarem nessa plenária terão repercussões para outras categorias organizadas e também para os movimentos sociais e forças políticas que lutam contra o retrocesso”, afirmou Zé Maria.
Ele enfatizou a importância da unidade dos trabalhadores e da sociedade em defesa do pré-sal, alertando para o oportunismo dos que se aproveitam de um momento conjuntural da Petrobrás para atacar conquistas que têm sido estruturantes para o país, como a política de conteúdo nacional e demais benefícios que o regime de partilha garantiu, como o Fundo Social Soberano e o controle do Estado sobre as reservas de óleo e gás. “O Serra está querendo colocar em votação a toque de caixa o PLS 131 porque sabe que a crise da Petrobrás é passageira e quer tirar proveito disso enquanto pode”, afirmou. “Só conseguiremos virar esse jogo com muita mobilização e essa luta passa fundamentalmente pelo fortalecimento da Petrobrás para que continue sendo uma empresa integrada de energia, gerando emprego e desenvolvimento para o país”, ressaltou.
Defender a Petrobrás é defender o Brasil
Com o tema “Defender a Petrobrás é defender o Brasil”, a 5ª Plenária Nacional da FUP prossegue até domingo (05), com participação de cerca de 200 trabalhadores, entre delegados, observadores, assessores e convidados. O evento está sendo realizado na Escola Nacional Florestan Fernandes, centro de formação do MST, em Guararema, interior de São Paulo. Acesse aqui a programação
Confira as fotos a V Plenafup: