FUP cobra revogação de medida autoritária da Petrobrás de proibir pelos faciais em trabalhadores abrangidos pelo PPR

Além de não ser uma exigência normativa, padrão imposto pela empresa, de remoção completa dos pelos da face, afeta diretamente a individualidade dos trabalhadores que usam barba, bigode ou cavanhaque por motivos estéticos, culturais e até mesmo religiosos

[Da comunicação da FUP]

Em reunião nesta sexta-feira, 08, com representantes da Petrobrás, a FUP e seus sindicatos cobraram esclarecimentos sobre a determinação da Diretoria de Processos Industriais (DPI) de exigir dos trabalhadores a remoção completa dos pelos faciais, alegando que atrapalham a vedação dos respiradores. A medida, radical e autoritária, foi implementada de forma impositiva para os trabalhadores abrangidos pelo Programa de Proteção Respiratória (PPR), sem qualquer diálogo com as representações sindicais e dias após a reunião da Comissão de SMS.

Na reunião, a FUP reforçou o compromisso intransigente das entidades sindicais na defesa da saúde e segurança dos trabalhadores, mas enfatizou que SMS não se faz de forma impositiva. Conforme pesquisa efetuada pelos sindicatos, tanto as normas da Fundacentro que regulam o uso de respiradores, como os fabricantes dos equipamentos, não determinam a necessidade da remoção completa dos pelos faciais, apenas nas regiões de vedação com a pele.

“A Petrobrás informou que a DPI tomou essa decisão como resultado de um GT e que, mesmo não tendo a exigência normativa, considerou que devido as dificuldades de controle dessas áreas de vedação na pele, a remoção total seria a forma mais fácil de fazer a gestão. Nós destacamos que essa determinação de remoção completa dos pelos afeta diretamente a individualidade das pessoas, que usam barba, bigode, cavanhaque por motivos estéticos, culturais e até mesmo religiosos”, afirmou a diretora de SMS da FUP, Miriam Cabreira.

Ela chamou a atenção para o fato de que os EPIs é que precisam se adequar aos trabalhadores e não o contrário.  Além disso, a forma impositiva como a medida foi adotada pela Petrobrás contribui para agravar situações de assédio contra os trabalhadores.

As representações sindicais solicitaram a revogação do padrão adotado pela DPI, com retorno ao anterior e cobraram um trabalho de conscientização com os trabalhadores abrangidos pelo PPR, além da apresentação de alternativas existentes no mercado para atender suas necessidades e garantir a devida proteção respiratória.