O dia 28 de abril é o dia em que recordamos os mais de 2 milhões de trabalhadores e trabalhadoras que falecem, os mais de 1,2 milhões que resultam lesionados e os mais de 160 milhões que adoecem, a cada ano, vítimas dos ambientes de trabalho inseguros, insalubres e insustentáveis. Desses, alguns milhares, são brasileiros. Centenas deles, talvez, moradores da região do ABC.
Historicamente, esse Dia Internacional em Memória das Vítimas dos Acidentes e Doenças relacionados ao trabalho tem sua origem no movimento sindical canadense, tendo se internacionalizado em 1996, quando um grupo de sindicalistas – da CUT Brasil, inclusive – realizou pela primeira vez na sede da ONU
Estima-se que, anualmente, cerca de 4% do PIB mundial – em torno de 1,251 bilhões de dólares – é perdido em virtude da ausência ao trabalho devido à ocorrência de um acidente ou doença ocupacional.
No Brasil, desde
Na região do ABC, o Sindicato dos Químicos realizou pela primeira vez, no ano de 1998, uma manifestação pública na região do Pólo Petroquímico contra a contaminação dos trabalhadores pelo Benzeno, contando com a presença dos prefeitos de Mauá e Santo André, líderes religiosos e comunitários e dezenas de trabalhadores. Desde então, a cada ano, algum tipo de atividade é organizada com o objetivo de não deixar cair no esquecimento aqueles que um dia perderam a saúde ou a vida em razão de produtos e processos insustentáveis de trabalho.
Nesse ano, sob a liderança da CUT ABC e junto aos demais sindicatos da região, realizaremos um grande Ato Público na cidade de Diadema, na manhã do dia 28, e no dia seguinte, 29, o Sindicato dos Químicos realizará em sua sede, no contexto das comemorações de seus 70 anos de luta, um evento destinado à lembrança das lutas contra a contaminação pelo BHC, pelo mercúrio metálico, pelo chumbo, pelo cádmio e pelo benzeno. Lembraremos também da luta contra as condições que causaram explosões e mortes nas indústrias químicas da região nos últimos 25 anos.
Por fim, expressaremos nosso compromisso de continuar lutando contra as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) que atualmente mutilam nossos mais jovens trabalhadores e contra todas as demais formas de organização do trabalho, tecnologias, produtos e processos que trazem sofrimento, perdas e danos para a classe trabalhadora e a economia do País, impedindo o desenvolvimento de maneira sustentável do nosso país.