Para as mulheres que atuam nos sindicatos, movimentos sociais e organizações feministas…
Imprensa da FUP
Para as mulheres que atuam nos sindicatos, movimentos sociais e organizações feministas, o Dia Internacional da Mulher (instituído oficialmente pela ONU em 1975) está longe de ser apenas uma data comemorativa. Este é o dia que simboliza a luta para vencer estereótipos sexistas, discriminações e a violência contra a mulher. “Os eventos que envolvem o 8 de março deste ano têm como eixo principal a questão da igualdade entre homens e mulheres no mundo do trabalho. Precisamos fortalecer a autonomia feminina nos diferentes espaços da vida cotidiana”, revela Maria da Penha Fumagalli, secretária de Gênero da CNQ/CUT.
A CUT colocou nas ruas a "Campanha por igualdade de oportunidades: na vida, no trabalho e no movimento sindical", que reivindica políticas públicas, cotas de participação para mulheres em instâncias decisórias e espaços de formação sindical, além de igualdade salarial. Apesar de 33% das mulheres brasileiras responderem integralmente pelo sustento de suas famílias, elas continuam discriminadas no mercado de trabalho, mesmo sendo igualmente qualificadas. Exercem a mesma função, mas recebem salários menores e têm pouquíssimo acesso a cargos gerenciais.
Concentração masculina na Petrobrás
Segundo pesquisa feita pela subseção FUP Dieese, com base no efetivo próprio da Petrobrás em dezembro de 2005, apenas 13% dos trabalhadores da empresa eram mulheres. Em 2007, este percentual subiu para 14%, ou seja, 7.104 mulheres em um universo de mais de 43 mil petroleiros homens. Em 2008, o efetivo feminino da companhia cresceu para 8.109 petroleiras, enquanto a força de trabalho masculina passou para 47 mil petroleiros.
Considerada uma das maiores empresas de energia do mundo, a Petrobrás só passou a contar com uma mulher em sua diretoria em 2008, após mais de meio século de existência. O estudo do Dieese aponta que nada mais do que 10% dos cargos comissionados da estatal eram ocupados por mulheres em 2005. Dos 3.744 gerentes da Petrobrás em atuação na época, 403 eram mulheres (somente 11%). Nos cargos de supervisão, a discriminação é ainda maior: dos 1.555 supervisores que exerciam esta atividade em 2005, 72 eram mulheres, ou seja, 5%. A maioria das petroleiras continua desempenhando funções administrativas.
A mulher no ramo químico
A participação das mulheres no ramo químico corresponde a 25% dos postos de trabalho. Em torno de 71% das trabalhadoras do ramo recebem até três salários mínimos, enquanto entre os homens este percentual é de 57%. Nas faixas que ganham acima de três salários mínimos, 42% são homens e 27%, mulheres. Além disso, os rendimentos médios das trabalhadoras químicas representam 75% dos rendimentos masculinos. Os cargos de direção nas empresas do ramo químico são ocupados predominantemente por homens: 85% das vagas. Nas gerências, 77% são homens e 23%, mulheres. Já nas áreas de física, química e engenharia, 79% dos profissionais são homens e 21%, mulheres. A concentração feminina cresce apenas nos cargos administrativos (59% dos escriturários são homens e 41%, mulheres) e nos serviços de atendimento ao público, onde as mulheres superam os homens, ocupando 76% das vagas.