Em ato no Comperj, Lula defende empregos no setor de óleo e gás

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse considerar “inaceitável” a paralisação das obras do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj) “O Comperj está fechado, mas eu teimei de vir aqui porque queria fazer uma foto. É inaceitável que um País em meio a essa crise econômica e esse desemprego deixe parada uma obra dessa magnitude por irresponsabilidade de um governo”, afirmou Lula em seu terceiro dia de caravana pelo Rio de Janeiro. 

“Eu vim até aqui para mostrar que isso não é correto”, disse. “Se estivesse produzindo, quanto imposto estaria sendo gerado, quantos empregos? Parada, ela só dá prejuízo e desespero. O Comperj chegou a gerar 20 mil empregos”, completou.

Durante o ato, Lula disse que a Operação Lava Jato tem contribuído para a atual crise econômica. “O País só fala em corte de gastos e corrupção”, afirmou. “Quem roubou tem que estar preso, mas as empresas não podem fechar”, observou.

Segundo Lula, somente a Petrobras perdeu 197 mil trabalhadores e outros 50 mil postos de trabalho foram fechados na indústria naval. “Essa gente toda não roubou, essa gente foi roubada”, destacou.

“Este país não fala mais em desenvolvimento industrial, geração de empregos… Só fala em corte, corte, corte e corrupção”, afirmou o ex-presidente, aol lado do coordenador da FUP, José Maria Rangel, e de outras lideranças sindicais que participaram do ato no Comperj.

“Pararam as obras para entregá-la de graça aos chineses”, disse Lula, em referência a notícia veiculada ontem (6), de que uma empresa chinesa disputa a construção de uma unidade de gás do complexo, por R$ 1,9 bilhão, que aproveitará a produção do pré-sal.

Na quarta-feira, 06, à noite, em Maricá, o ex-presidente voltou a criticar o mercado e a imprensa por promover “terrorismo” sobre sua eventual candidatura. “Mesmo se eu marcar um gol de bicicleta a imprensa não vai dar, preferem transmitir o gol de canela do adversário”, brincou. Sobre sua relação com o mercado, Lula foi enfático. “Eu não preciso do mercado, eles que vão precisar do meu governo.”

A caravana segue pelo Rio após passar por Vitória e Cariacica, no Espírito Santo. Na parte da tarde, Lula estará percorrendo a Baixada Fluminense. Faz paradas em Duque de Caxias, Belford Roxo e, finalmente, encerra o quarto dia com outro ato no calçadão da Praça Rui Barbosa, em Nova Iguaçu.

Em Caxias, Lula  afirma que a Petrobrás vai voltar a ser do povo brasileiro

Durante o ato em Caxias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a Petrobras e fez críticas ao desmonte da indústria naval brasileira pelo governo ilegítimo de Michel Temer. 

“Eu tenho consciência de que nós transformamos a Petrobras na 2ª maior petrolífera do mundo. Reconstruímos a indústria naval, passamos a construir aqui, com empregados brasileiros, navios e plataformas que agora as multinacionais estão comprando lá fora, sem precisar pagar imposto”, criticou o ex-presidente.  

Para uma multidão que o aguardava na praça do Relógio, no centro da cidade, Lula reforçou que, caso seja presidente do país outra vez, vai recuperar os direitos sociais perdidos da população e revogar as medidas que estão acabando com o Brasil. “Se eu voltar a disputar as eleições eu vou ganhar. E a Petrobras vai voltar a ser do povo brasileiro. A Caixa não será privatizada. O Banco do Brasil voltará a ser banco público. E eu vou ganhar sem ódio”, ressaltou Lula, que foi homenageado com o título de cidadão de Duque de Caxias. 

Com informações da Rede Brasil Atual e do Brasil 247 | fotos Ricardo Stuckert (caravana de Lula) e Paulo Neves (FUP)