Começou nesta quinta-feira, 10, o segundo turno da eleição para a representação dos trabalhadores no Conselho de Administração da Transpetro. Durante o XVII Congresso Nacional da FUP, os delegados aprovaram o apoio à candidatura de Fabiana dos Anjos, técnica de operação do Terminal Aquaviário de Madre de Deus, na Bahia.
Há 14 anos na Transpetro, sua princpal luta será pela manutenção da empresa no Sistema Petrobrás. A subsidiária é uma das que estão sob ameaça de privatização pela gestão de Pedro Parente, que já vendeu a NTS, que é a maior rede de gasodutos do país.
O segundo turno da eleição para o CA da Transpetro prossegue até o dia 20 de agosto. A FUP e seus sindicatos orientam os trabalhadores da subsidiária a votarem em Fabiana, chapa 3233.
Em entrevista durante o XVII Confup, ela falou com os jornalistas dos sindicatos sobre suas propostas:
Porque você decidiu se candidatar ao CA da Transpetro?
Em 2003, eu fiz parte de um curso nacional de formação da Transpetro, quando abordamos a necessidade de sermos representados por um de nós. No ano de 2015, sentimos muita falta desse representante, de ter alguém entrando em comunicação com a gente nesse período quando estava sendo realizada uma greve, para nos dar um rumo, porque neste movimento paredista tínhamos como objetivo lutar pela reincorporação da Transpetro, a partir da mudança do Art. 65 da lei do petróleo. Então, foi a partir dessa necessidade de comunicação entre os próprios colegas e as bases, que definimos que seria importante ter um de nós no CA.
Quais são seus objetivos a partir da candidatura no CA?
O objetivo principal é a defesa da Transpetro como empresa 100% integrada ao Sistema Petrobrás. Estamos passando por uma situação de ameaça, desde 2015 estamos sinalizando que a Transpetro poderia ser vendida, e hoje, o plano de negócio da empresa é realmente de desenvestimento. A Transpetro está dentro desse plano em relação à redução de custo com a logística – nós somos a logística da Petrobrás – então, a partir daí, surgiu um alerta com a categoria, de que poderíamos estar perdendo nossos empregos. Com isso, meu objetivo principal é esse, dizer não ao processo de venda, de desenvestimento da Transpetro, dentro do Conselho de Administração da Petrobrás.
Quais são suas estratégias, como você pretende atuar para alcançar seus objetivos?
Minha estratégia é a união, estar em contato com as bases e as lideranças sindicais. Porque não vamos conseguir nada sozinhos. Eu não vou estar lá sozinha, é preciso ter assessorias política, de comunicação e jurídica. É por isso que estou contando muito com o apoio do Sindipetro Bahia, a questão também de estar próxima do ex-conselheiro da Petrobrás, Deyvid Bacelar é muito importante, devido à sua experiência no assunto. Então, a estratégia é essa, estar junto às lideranças sindicais, ir a congressos da categoria, conseguir apoio dessas forças para barrar o processo de venda da Transpetro.
O que os trabalhadores podem esperar de você?
Compromisso, honestidade, ética, principalmente com a comunicação dentro do conselho. Ir às bases, se possível ir a cada local do Brasil que eu tive apoio e voto. E fazer contato com os trabalhadores e as lideranças sindicais.
Qual a importância de eleger um candidato que realmente defende o trabalhador na conjuntura atual?
Eu acredito que eu sou uma trabalhadora de luta, e que consegui muitos votos por causa disso. Hoje, nós termos um trabalhador de chão de fábrica dentro do conselho de administração, quer dizer que realmente vamos representar a maioria dos trabalhadores. Esse conhecimento é que eu pretendo levar para o Conselho.
Quais são suas considerações finais?
Primeiramente agradecer a todos que votaram em mim, os trabalhadores das unidades da Transpetro do Brasil que me apoiaram, e dizer que não deixem de votar. Temos um número de abstenção muito grande no processo de eleição do CA. Precisamos acreditar que temos força e podemos lutar contra a privatização da Transpetro, então, neste segundo turno, eu peço que as pessoas tenham esperança, que votem e acreditem que eu posso ser a legitima representante dos trabalhadores no CA da Transpetro.
Foto: Diego Villamarin