Desmonte nas refinarias gera um acidente após o outro. Resposta é greve

Enquanto os petroleiros vivem diariamente situações de insegurança nas unidades do Sistema Petrobrás, cujos efetivos próprios foram reduzidos em 20% em função dos PIDVs, os gestores da empresa impõem novos cortes de postos de trabalho nas refinarias, potencializando os riscos de acidentes. A irresponsabilidade da diretoria da Petrobrás é tamanha que na audiência de terça-feira, 27, na Justiça do Trabalho de Duque de Caxias, os advogados da empresa tiveram a desfaçatez de afirmarem que na Reduc há “pessoas que estão lá sem fazer nada” e que a sequência de acidentes na refinaria é devido a “procedimentos errados”, ou seja, a culpa é da vítima.

Está claro que a estratégia da gestão Pedro Parente é sucatear para privatizar, pouco se importando com a vida do trabalhador e a segurança das comunidades que estão no entorno das refinarias. Com um acidente após o outro, essas unidades estão à beira de uma tragédia anunciada de proporções catastróficas, como ocorreu nos anos 80 na Vila Socó, em Cubatão, e no início dos anos 2000, com os gigantescos acidentes ambientais e o afundamento da P-36.

Na Replan (SP), a maior refinaria do país, onde a Petrobrás anunciou o corte de 54 trabalhadores das áreas operacionais, o desmonte já causou uma sequência de acidentes desde o último dia 22, quando houve uma explosão em um soprador do Setor de Destilaria. No final de semana, dois trabalhadores do Coque foram atingidos por um vazamento de nafta pesado. Na Rlam (BA), que teve 63 postos de trabalho fechados, foram três acidentes em menos de três dias, sendo que duas ocorrências numa mesma unidade, onde um operador já havia sido queimado durante um vazamento.

Gestores descumprem ACT e legislação

Em todo o país, a direção da Petrobrás, unilateralmente, reduziu os efetivos operacionais das refinarias, descumprindo o Acordo Coletivo de Trabalho e violando normas de segurança. O desmonte obedece a lógica do atual governo golpista de reduzir o máximo possível a presença da estatal na indústria petrolífera, transferindo ativos estratégicos para o setor privado e abrindo toda a infraestrutura e logística da empresa para as multinacionais. O objetivo é fazer o que o governo Fernando Henrique não conseguiu nos anos 90: privatizar por completo o setor de energia. Vale tudo, inclusive sabotagem industrial. A gestão Pedro Parente já reduziu em quase 30% a carga processada das refinarias, fazendo a Petrobrás perder espaço no mercado doméstico de combustíveis para as suas concorrentes.

A resposta é greve

A única chance dos trabalhadores barrarem esse desmonte é através da luta organizada. Por isso, os petroleiros irão aderir à greve geral do dia 30, repetindo a grande atuação da categoria no dia 28 de abril. Os trabalhadores de todo o Sistema Petrobrás participarão da paralisação nacional no dia 30, denunciando o desmonte que Pedro Parente e sua turma vêm impondo à empresa.

Nas refinarias, a greve será por tempo indeterminado, com avaliações diárias da FUP e de seus sindicatos. Várias unidades já estão mobilização em defesa da via. A orientação é que os trabalhadores exerçam o Direito de Recusa, que é previsto no Acordo Coletivo de Trabalho, e também renunciem às Brigadas de Emergência. O desmonte do Sistema Petrobrás coloca em risco não só a soberania do país, como a vida de cada um dos petroleiros e a segurança das comunidades vizinhas às unidades operacionais.

FUP