Entrega da Petrobrás continua com venda da Liquigás

 

 

A vendas de ativos da Petrobras, comandada pelo presidente da estatal, Pedro Parente, acontece em ritmo acelerado. O jornal Valor Econômico noticia nesta quinta (17), que a estatal concluiu o acordo de venda da Liquigás, distribuidora de gás liquefeito de petróleo (GLP), para o grupo Ultra, que é dono da concorrente Ultragaz. Após meses de negociações, a operação – que já foi alvo de crítica dos petroleiros – deve ficar entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões.

A informação sobre a venda da Liquigás foi divulgada nesta quinta-feira (17) pelo jornal Valor Econômico. Em meados do mês passado, as empresas confirmaram que estavam em negociações avançadas. O grupo Ultra já é líder do setor de GLP com a Ultragaz, que tem 23,5% do mercado. Já a Liquigás é a segunda do setor, com 22% do mercado.

A possibilidade de venda da Liquigás já foi alvo de críticas da Federação Única dos Petroleiros (FUP) no meio desse ano, quando a categoria afirmou que a privatização irá estrangular a Petrobras e que a venda da Liquigás e da BR Distribuidora impediria a estatal de colocar nas ruas o que produz nas refinarias.

A efetivação da compra da Liquigás pelo Grupo Ultra também tem sido criticada por alguns segmentos do setor, inclusive de revenda, devido à forte concentração. A nova empresa passaria a ter cerca de 45% do mercado, que já é concentrado em apenas cinco empresas. Há quem considere que o negócio pode, inclusive, ser questionado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

“O consumidor vai ficar nas mãos de um número ainda menor de empresas, com grande poder para formar preços. É quase um monopólio privado”, diz o presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (Asmirg), Alexandre Borjaili.

Em entrevista à Folha, no mês passado, ele disse temer “milhares” de demissões entre os empregados da Liquigás e nas cerca de 60 mil revendas do combustível no país.


Do Portal Vermelho, com agências