Operação Para Pedro começa com cancelamento da certificação do Spie da Reduc

Nesta quinta-feira, 29, quando a FUP volta a se reunir com a Petrobrás para cobrar uma nova proposta para o Termo Aditivo do Acordo Coletivo de Trabalho, os petroleiros dão a largada na operação Para Pedro. A mobilização já começa com uma importante vitória dos trabalhadores: a confirmação do cancelamento da certificação do Spie da Reduc. A medida é fruto das denúncias que o movimento sindical fez dos seguidos acidentes na refinaria, entre eles o que causou a morte do operador Luis Augusto Cabral, em 31 de janeiro, ao cair dentro de um tanque de óleo com temperatura de 75 graus, após o rompimento do teto corroído por ferrugem. 

Em reunião nesta quarta-feira, 28, a Comissão de Certificação de Serviços Próprios de Inspeção de Equipamentos (Comcer) rejeitou os recursos da Petrobrás e manteve o cancelamento da certificação do Spie da Reduc. Com isso, a refinaria voltará a ser fiscalizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e terá que cumprir os procedimentos previstos pela NR-13, que estabelece “requisitos mínimos para gestão da integridade estrutural de caldeiras a vapor, vasos de pressão e suas tubulações de interligação nos aspectos relacionados à instalação, inspeção, operação e manutenção, visando à segurança e à saúde dos trabalhadores”.

“Cabral não morreu em vão. A Petrobrás foi responsabilizada pelas péssimas condições de segurança da Reduc e por terceirizar o serviço próprio de inspeção. Continuaremos denunciando a negligência dos gestores e lutando para que eles também sejam responsabilizados”, ressalta Simão Zanardi, diretor da FUP e coordenador do Sindipetro Duque de Caxias. 

Aprovada em todas as bases da FUP, a operação Para Pedro consiste no cumprimento rigoroso de todos os procedimentos e itens de segurança previstos pelas Normas Regulamentadoras e pela ANP, bem como a denúncia dos gestores que descumprirem ou assediar os trabalhadores.

Com a adesão de quase 20 mil petroleiros nos dois últimos PIDVs e a saída desses trabalhadores sem a devida reposição das vagas, a categoria está ainda mais exposta a acidentes. Nas refinarias, plataformas, terminais e em todas as demais unidades operacionais do Sistema Petrobrás, a insegurança transformou-se em um problema crônico, sem perspectivas de solução, apesar das inúmeras cobranças e denúncias feitas pelas entidades sindicais.

É preciso dar um basta ao assédio e à negligência dos gestores que atropelam as normas de segurança para garantirem suas metas, comprometendo a saúde dos trabalhadores, que já atuam sob pressão, em função de efetivos cada vez mais reduzidos. Mais do que uma mobilização, a operação Para Pedro é uma necessidade de preservação da vida.  Por isso, é fundamental o engajamento de todos os petroleiros e petroleiras nessa luta.

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Fonte: FUP