Dez anos do acidente com a P-36 é marcado por debate sindical sobre segurança

A Conferência Internacional Sindical que debaterá Saúde e Segurança do Trabalho Offshore será realizada entre 15 e 17 de março…





Imprensa da FUP, com informações do Sindipetro-NF

Para marcar os dez anos do acidente com a P-36, ocorrido no dia 15 de março de 2001, causando a morte de 11 trabalhadores, o Sindipetro-NF realizará uma Conferência Internacional Sindical para debater Saúde e Segurança do Trabalho Offshore. O evento será realizado entre 15 e 17 de março, na sede do sindicato, em Macaé (RJ), com participação de representantes de várias entidades sindicais, nacionais e internacionais, além de órgãos de fiscalização e estudos ligados à segurança do trabalho.

Entre as presenças internacionais, estão confirmados os sindicalistas argentinos Guillermo Juan Pereyra e Daniel Ruiz; os nigerianos Igwe Achese e Elijah Okougbo; e o norueguês Stein Bredal. A FUP e seus sindicatos também participarão da conferência, assim como representantes da Fundação Oswaldo Cruz, Ministério Público do Trabalho, Justiça do Trabalho, Agência Nacional do Petróleo, Capitania dos Portos, Ministério do Trabalho e Emprego e U. S. Chemical Safety Board.

A entrada é franca e aberta aos interessados, não sendo necessário inscrição. A conferência será realizada no auditório do Sindipetro-NF, que fica na Rua Tenente Rui Lopes Ribeiro, 257 – Centro, Macaé/RJ.

 Confira a Programação

15 de março

18:00h – Abertura do evento – Saudação aos Delegados por parte da ICEM, CUT, CNQ, FUP (João Antônio de Moraes) e SINDIPETRO/NF 

19:00h – Apresentação Teatral 

16 de março

9:00h – 1º Painel: ORGANIZAÇÃO SINDICAL E CONDIÇÕES DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO – Exposição de sindicalistas de: Brasil: José Maria Rangel (Sindipetro/NF); Argentina: Guillermo Juan Pereyra; Daniel Ruiz; Nigéria: Igwe Achese; Elijah Okougbo; Noruega: Stein Bredal

13:30h – Almoço

15:30h – Debates

19:00h – Apresentação de Filmes

17 de março

9:00h – 2º Painel: FISCALIZAÇÃO ESTATAL DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO: Fundação Oswaldo Cruz (Dr. Francisco Pedra); Ministério Público do Trabalho (Procurador João Batista Berthier); Justiça do Trabalho (Desembargador Marcos Cavalcante); Agência Nacional do Petróleo – Coordenadoria de Segurança Operacional (Raphael Neves Moura); Capitania dos Portos (Walter Eduardo Bombarda); Ministério do Trabalho e Emprego – Secretaria de Inspeção do Trabalho (Vera Lúcia Ribeiro de Albuquerque); U. S. Chemical Safety Board (Vidisha Parasram, Mark Griffon, Amanda Johnson); Especialista em Segurança no Trabalho da Universidade Autônoma do México (Dra. Norma Gomez)

11:00h – Debates

13:30h – Almoço

15:30h – 3º Painel: A MOBILIZAÇÃO DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO – Exposição de sindicalistas : Brasil: José Maria Ferreira Rangel; Argentina: Guillermo Juan Pereyra; Daniel Ruiz; Nigéria: Igwe Achese; Elijah Okougbo; Noruega: Stein Bredal

19:00h – Encerramento

 

 

Dez anos depois, mais 145 trabalhadores morreram em acidentes na Petrobrás

Imprensa da FUP

Dia 15 de março é uma data que os petroleiros jamais esquecerão. Há dez anos, um acidente gravíssimo na P-36 causou a morte de 11 trabalhadores e fez afundar a maior plataforma da Petrobrás na época. O acidente transformou-se em símbolo da gestão neoliberal do tucanato, que sucateou a empresa, preparando-a para a privatização; terceirizou atividades essenciais; cortou e flexibilizou uma série de direitos da categoria e impôs uma política de SMS cujo objetivo era garantir os lucros dos acionistas, em detrimento da saúde e segurança dos trabalhadores.

De lá para cá, apesar da categoria ter recuperado, com muita luta e pressão, vários dos direitos que havia perdido, ainda não conseguiu avançar em dois embates fundamentais com os gestores da Petrobrás: o SMS e a terceirização, áreas onde as gerências locais continuam dando as cartas, independentemente do que é acordado pela FUP e sindicatos com o Corporativo da empresa. A complacência da direção da Petrobrás com esta situação faz perpetuar políticas de SMS e de terceirização herdadas de gestões neoliberais e conservadoras, cujos expoentes ainda encontram eco na empresa.
 
Ao longo destes últimos dez anos, mais 145 trabalhadores perderam a vida em função de uma gestão de SMS falida. Destes, 125 eram terceirizados e 20 pertenciam aos efetivos próprios da Petrobrás. Portanto, mais de 85% das vítimas dos acidentes tinham condições de trabalho diferenciadas, evidenciando a responsabilidade dos gestores da empresa nas mortes e mutilações destes trabalhadores.