Diretores do Sindipetro NF fazem ato contra atitudes autoritárias da Petrobrás no aeroporto de Macaé

O Sindipetro-NF realiza ofensiva de mobilização para denunciar a reação autoritária da Petrobrás…





Sindipetro NF

O Sindipetro-NF realiza na manhã desta quarta-feira, 15, ofensiva de mobilização para denunciar a reação autoritária da Petrobrás em relação à sequência de denúncias feitas pelo sindicato sobre a insegurança na Bacia de Campos. A gota d`água foi a decisão de proibir, na semana passada, o acesso dos diretores da entidade aos saguões dos aeroportos para conversar com os trabalhadores.

O cerceamento à comunicação com os trabalhadores encontra lamentáveis precedentes apenas no corte de internet e telefone na greve de 2009 e nos interditos proibitórios. Mas nunca houve, no entanto, restrição às pequenas reuniões com os petroleiros antes do embarque, prática usual desde a fundação do Sindipetro-NF, em 1996. Nem mesmo nos momentos mais duros de confronto com a política neoliberal de FHC se deu proibição semelhante. 

O Sindipetro-NF se manterá firme na produção de evidências da insegurança, na mobilização dos trabalhadores e no acionamento da imprensa e das autoridades fiscalizadoras. A divulgação destes casos é resultado de um trabalho longo e consistente, que começou com a conscientização dos trabalhadores sobre o papel de cada um na luta pela segurança, no estímulo para que as pendências de segurança fossem relatadas ao sindicato e culminou com os sucessivos embarques de fiscalização, o grande espaço na mídia sobre o tema, o inquérito sobre as plataformas P-31, P-33 e P-35 e com a histórica interdição da P-33.

Como a Petrobrás enfrenta a insegurança
1 – MENTINDO
A empresa mente para a imprensa, para a sociedade e para a categoria quando diz que está tudo bem com a segurança. E o faz inclusive formalmente, como no documento assinado pelo gerente José Airton que subsidiou decisão de juíza de Macaé de liberar operação da P-33, que viria a ser interditada pela ANP.
 
2 – BOICOTANDO
A companhia esvazia o funcionamento das Cipas e não permite que os diretores do sindicato exerçam o direito, previsto no ACT, de participar das reuniões das comissões nas plataformas. Além disso, a empresa não realiza reuniões nas Cipas onde há petroleiros mais contestadores.
 
3 – CERCEANDO
A Petrobrás proibiu, desde a semana passada, os diretores do Sindipetro-NF de conversar com os trabalhadores nos saguões dos aeroportos da região. Nem mesmo no governo FHC houve algo parecido. Em toda a história do sindicato é a primeira vez que tal absurdo acontece. A empresa começou ainda a fotografar os trabalhadores que atendem ao chamado dos sindicalistas para ouvir, fora do saguão, as mensagens do sindicato.
 
4 – ASSEDIANDO
Empresa patrulha comunicações dos petroleiros, reúne trabalhadores de P-33 para mandar recados intimidadores, arma ofensiva de gerentes para controlar informações e faz uma faxina nas fotos dos computadores.
Setor Privado também está na luta

A ofensiva da Petrobrás não é um crime apenas contra os trabalhadores da empresa. Ela atinge a todos os petroleiros do setor, inclusive das empresas privadas. Além disso, o sindicato e a FUP mobilizam os trabalhadores de empresas contratadas para a luta pelo Fundo Garantidor e contra a insegurança, da qual os terceirizados são as maiores vítimas.

O Fundo Garantidor defendido pelos petroleiros tem como objetivo fazer com que a Petrobrás assuma o pagamento de direitos e verbas rescisórias em caso de calote das empresas privadas. Sobre a insegurança, os trabalhadores de empresas privadas são as vítimas mais constantes. Nos últimos 15 anos, 284 petroleiros morreram no setor petróleo, 90% eram terceirizados. No dia 4 de setembro, por exemplo, Milton José da Silva, 51 anos, da DVS Manutenção e Instalações Elétricas, que prestava serviço para a Petrobrás em Pernambuco, morreu durante a manutenção de uma rede elétrica de alta tensão, depois de cair de uma altura de 12 metros.