FUP e especialistas debatem organização nacional de aposentados

Na manhã deste sábado, 14, a FUP e sindicatos iniciaram o Seminário Nacional dos Aposentados e Pensionistas…





Fotos: Paulo Neves

Imprensa da FUP

Na manhã de sábado, 14, a FUP e sindicatos iniciaram o Seminário Nacional dos Aposentados e Pensionistas, que acontece no Hotel Sol Barra, em Salvador e prossegue até o fim deste domingo. O seminário, que foi uma das deliberações da II Plenafup, começou com a presença do coordenador da FUP, João Antonio de Moraes e do diretor de seguridade da Petros, Mauricio França. Moraes saudou todos os delegados presentes, afirmando que para a FUP, o objetivo deste encontro é formular resoluções que eliminem todas as pendências da categoria dos petroleiros aposentados. “Durante o Seminário, os participantes terão a oportunidade de conhecer diversas ações positivas realizadas por alguns sindicatos na área dos aposentados, como o Sindipetro-NF,  e o Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia, por exemplo.  Estas ações precisam ser discutidas com toda a categoria”, afirmou.

A participação do diretor de seguridade da Petros também foi bastante significativa em relação às dúvidas dos participantes sobre o Plano de Previdência Complementar. “Dos R$ 50 milhões administrados pela Petros, 90% se referem ao fundo dos trabalhadores do Sistema Petrobrás”, mencionou. Maurício também ressaltou que alguns dos problemas que ainda estão pendentes no Acordo de Obrigações Recíprocas, assinado entre a Petrobrás e a FUP, em especial relativos às pensionistas, já estão em processo de resolução, mas alertou que algumas dessas questões ainda dependem das mudanças do regulamento do Plano Petros.  

Com a presença de cerca 100 participantes, entre delegados, convidados e observadores, o primeiro painel do seminário teve a mesa composta por um dos diretores do Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia, Astério Costa, do presidente do Sintapi (Sindicato dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas da CUT), Epaminondas Luis, do representante do Sindnap, João Inocentini e do Warley Gonçalves da Cobap (Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas). Durante as atividades da manhã, os principais temas debatidos entre os palestrantes e participantes foram relacionados à importância e o papel das organizações nacionais de aposentados e pensionistas do Brasil.

O primeiro palestrante foi o diretor do Sindnap, que comparou a atualidade dos aposentados com o cenário de dez anos atrás, ponderando que a categoria pode comemorar alguns avanços, nos últimos anos. Lembrou que durante o governo neoliberal foram tratados como “vagabundos” e que atualmente muitos estão presentes na luta, fazendo parte das organizações sindicais. Para ele, outra conquista foi exigir do governo regras fixas  para o reajuste anual do benefício do INSS para os aposentados, porque os governos anteriores davam o aumento que queriam. Entretanto, queixou-se do reduzido número de filiados nas organizações de aposentados e pensionistas em todo o país.

Warley Gonçalles, da Cobap, narrou a trajetória histórica do órgão e as lutas para colocar na agenda política nacional os problemas dos aposentados, pensionistas e idosos. "Hoje, a Confederação conta com 21 federações filiadas e 785 associações de base". Gonçalles explicou que, apesar das dificuldades enfrentadas pela Confederação, a entidade pode comemorar o fato de ter colocado a categoria na rua. Nos últimos anos, aposentados, idosos e pensionistas têm ocupado estradas federais e o Congresso para chamar a atenção da população nas suas reivindicações. O sindicalista convidou os participantes do Seminário a  somarem-se a uma grande mobilização no dia 18 de agosto, em Minas Gerais, contra o fim do fator previdenciário e terminou afirmando que a categoria “não vai parar” até conseguir seus objetivos.

O presidente do Sintapi, Epaminondas Luis, apresentou um estudo nacional elaborado pela CUT expondo dados estatísticos sobre a situação financeira dos aposentados, expectativa de vida, a atual conjuntura econômica e seus reflexos para a categoria. Além disto, afirmou os objetivos da entidade, sua história e abrangência, mostrando gráficos que retratam a pirâmide etária sobre a expectativa de vida da população até 2025, e as áreas de concentração da renda dos aposentados. O sindicalista também falou do papel da CUT na luta dos aposentados e convocou a categoria a continuar lutando sempre por suas reivindicações para acumular conquistas.

Após as palestras, houve diversas perguntas e intervenções. Uma delas foi feita pelo representante da Associação de Aposentados que não possuem suplementação salarial. Edvaldo Figueiredo reivindicou este benefício através do cumprimento das clausulas 33 e 45 do ACT de 1986 e 1987, assinado pela Petrobrás, na época. O aposentado também apresentou uma carta enviada à candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff, onde os aposentados pedem apoio à ex-ministra e ao presidente Lula

APOSENTADOS DE VÁRIAS REGIÕES DO PAÍS MARCAM PRESENÇA NO SEMINÁRIO

As atividades do Seminário Nacional de Aposentados tiveram prosseguimento no domingo, 15, cujos temas do primeiro painel foram relacionados  às experiências do movimento sindical petroleiro e outras categorias na implementação de políticas sociais junto a este segmento.

A mesa deste painel foi composta pelo  diretor do Sindipetro NF, Claudio Alberto Souza , a diretora do Sindipetro RN, Silíude Andrade Esteves, o representante do Sindipetro MG Antonio Gomes Josef, e Bartolomeu Nascimento Pimentel, diretor do Sindipetro Unificado de São Paulo. O debate foi mediado por Carlos Cotia, também diretor do Unificado de São Paulo.

A primeira palestrante, Siliúde Andrade, abordou temas sobre  terapia ocupacional, e explicou detalhes sobre o Programa de Qualidade de Vida, “A vida não para”, oferecido aos associados do Sindipetro RN. "O projeto teve inicio de forma pioneira na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte. O objetivo do programa é proporcionar ao trabalhador aposentado  uma reflexão teórica e prática quanto aos conceitos de qualidade de vida" airmou a aposentada. Para isso, o programa desenvolve atividades físicas, culturais e sociais. Antes da implementação do programa, foi realizada uma pesquisa entre os associados da cidade de Mossoró. Um dos resultados da pesquisa foi mostrar que 62% dos aposentados têm filhos dependentes acima de 18 anos.

Outro dado importante é que na região, a maioria dos trabalhadores petroleiros se aposentaram na década de 90, durante o governo FHC, no auge do projeto neoliberal, com os Programas de Demissão Voluntária (PDV).     

O diretor do Sindicato Unificado de São Paulo falou sobre o trabalho desenvolvido na área de saúde, com a ajuda da assistente social da Petrobrás. Ele relatou vários casos de trabalhadores petroleiros que resolveram seus casos, graças à interferência do departamento dos aposentados. São casos de assistência à saúde dos trabalhadores, sejam ativos ou aposentados. "O Sindicato visita as residências dos doentes para dar assistência às famílias também" ressaltou. O sindicalista também falou dos trabalhos desenvolvidos pelos departamentos de aposentados de outras regionais filiadas ao Sindicato.             

O diretor do Sindipetro de Minas Gerais falou sobre os projetos que estão em fase de desenvolvimento pelo Sindicato, como a criação de uma academia, sala de jogos, de leitura e outros espaços de atendimentos aos aposentados e pensionistas.  O projeto também visa oferecer assistência na área de saúde

Claudio Alberto Souza, do Sindipetro-NF, relatou as atividades desenvolvidas pela entidade para os aposentados, como aulas de culinária, caminhadas e  passeios. O Sindicato também desenvolve atividades de assistência, na área de saúde, com os aposentados que não se enquadram no Programa da AMS. Souza fez criticas aos problemas com os hospitais que deixam de atender os aposentados, apesar de pagar assistência médica.

Na parte da tarde, alguns delegados representantes dos sindicatos apresentaram  suas teses,  com propostas relacionadas às pendências do Programa da AMS, do Plano Petros, ao processo de repactuação e suas consequências e a sobre  a organização dos aposentados  e pensionistas na estrutura administrativa dos sindicatos e da FUP.

No total,  3 teses foram defendidas. Uma pelo Sindipetro -RS, outra pela Articulação da FUP e a última pelo Conselho de Aposentados, que teve sua tese submetida à apreciação da diretoria do Sindipetro-PR/SC.

Devido a grande demanda dos temas debatidos no seminário, os delegados optaram por remeter as deliberações no próximo Encontro Nacional dos Aposentados, com local e data a serem definidos pela direção da FUP.