I PlenaFUP consolida unidade de classe na luta pela soberania e em defesa dos trabalhadores

Terminou no domingo, 05, a I Plenária Nacional da FUP, realizada na Escola Latino Americana de Agroecologia…

Imprensa da FUP

Terminou no domingo, 05, a I Plenária Nacional da FUP, realizada na Escola Latino Americana de Agroecologia, localizada no Assentamento Contestado, do MST, no Paraná. A Plenária contou com a participação de 143 delegadas e delegados de todo o país, além de observadores, convidados e assessores, que, durante os cinco dias de debates conviveram com os camponeses, compartilhando os alojamentos, refeitório e todas as atividades políticas e culturais ocorridas. Foi a primeira vez que um fórum nacional de trabalhadores da cidade foi realizado em um assentamento do MST, fortalecendo e ampliando a unidade com os trabalhadores do campo. Um fato histórico, que ganhou repercussão e foi tratado com destaque por diversas entidades dos movimentos sindicais e sociais do Brasil e do mundo.

Unidade internacional

Além de consolidar a unidade de classe entre trabalhadores do campo e da cidade no Brasil, a I PlenaFUP também fortaleceu a aliança da Federação com as organizações sindicais internacionais. Pela primeira vez, a executiva da Federação Internacional dos Sindicatos de Minas, Energia, Química e Indústrias Diversas (ICEM) esteve presente a um fórum de debates dos petroleiros brasileiros. O secretário geral da ICEM, Manfred Warda, participou da solenidade de abertura da plenária, junto com a secretária de gênero da entidade, Carol Bruce. Eles ressaltaram a importância do fortalecimento da unidade internacional dos trabalhadores na luta por justiça social e contra a precarização do trabalho. O venezuelano Tony León, dirigente do sindicato dos trabalhadores de energia, e o paraguaio Constancio Mendonza, do sindicato dos eletricitários, também destacaram a urgência da construção de ações conjuntas em toda a América Latina, em defesa da soberania popular. Os dois dirigentes sindicais acompanharam todos os debates da PlenaFUP.

Fruto deste debate, a plenária aprovou a filiação da FUP a duas entidades internacionais importantes na luta pelo fortalecimento das organizações sindicais e da unidade da classe trabalhadora: ICEM, que é a Federação Internacional dos Sindicatos do Setor de Energia,  UIS/FSM, a União Internacional dos Sindicatos do Ramo de Energia e Água. No plano de luta, foi também aprovado que a FUP e seus sindicatos ampliem suas participações nas jornadas de luta latino-americana e caribenha em defesa da soberania dos povos sobre os recursos de energia e a água.

Moção contra golpe em Honduras – os delegados e delegadas presentes à I PlenaFUP aprovaram por unanimidade uma moção contra o golpe militar que depôs o presidente de Honduras, um ataque à democracia em todo o continente latino- americano e caribenho.

Moção de solidariedade à luta dos paraguaios pela revisão do acordo da hidrelétrica Itaipu – a plenária aprovou também moção de solidariedade à luta do povo do Paraguai pela revisão do acordo de tarifas de energia elétrica pagas pelo governo brasileiro ao país vizinho. A FUP participará das mobilizações convocadas pelos movimentos sociais e centrais sindicais do Paraguai em apoio a esta luta legítima e realizará ações também junto ao governo Lula.

Debates políticos e solidariedade

Diferentemente dos congressos anteriores da categoria, esta primeira PlenaFUP debateu em plenária, com todos os delegados e delegadas presentes, temas de conjuntura nacional e internacional que estão na ordem do dia dos movimentos sindicais e sociais. Questões, como soberania popular e energética na América Latina, uma nova Lei para o setor petróleo no Brasil, democratização dos meios de comunicação, direito de greve e saúde e segurança do trabalhador, abriram os debates dos petroleiros e camponeses que lotaram o auditório improvisado sob uma grande lona montada no assentamento do MST.

Também, de forma inédita, os petroleiros e petroleiras que realizarem a primeira plenária nacional da FUP na Escola de Agroecologia, mantida pela Via Campesina no assentamento do MST, selaram não só a unidade entre duas grandes organizações de luta (FUP e MST), como contribuíram de forma decisiva com obras de infra-estrutura e reformas nas instalações da escola. Melhorias que serão fundamentais para ampliar o projeto social e político da escola na defesa da soberania alimentar dos povos.