Centrais sindicais e movimentos sociais na luta pela democratização da comunicação

Em reunião na manhã desta quarta-feira, em São Paulo, dirigentes e assessores…

 

CUT

Em reunião na manhã desta quarta-feira, em São Paulo, dirigentes e assessores da CUT, CGTB, CTB, Força Sindical e UGT decidiram que as centrais vão somar esforços e entrar unidas no combate pela democratização da comunicação. A idéia é participar do processo da Conferência Nacional de Comunicação, convocada pelo governo federal, com uma plataforma comum do movimento sindical para romper as cercas do latifúndio midiático.

Na avaliação da Secretária Nacional de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti, que integra a Comissão Organizadora da Conferência, "a articulação com as centrais e com os movimentos sociais será determinante para que as forças populares sejam vitoriosas na batalha contra os que querem manter a comunicação como um privilégio de poucas famílias, gente que se comporta como dona da verdade por ser detentora dos meios que são concessões públicas".

Rosane Bertotti deu um informe sintético sobre os últimos dois anos de atuação do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), das resistências enfrentadas e dos obstáculos removidos para a realização da Conferência Nacional.

Entre as principais reivindicações das centrais estão a mudança do marco regulatório, garantindo, entre outros avanços, que haja uma regulação efetiva das concessões de rádio e televisão – hoje disponibilizadas tão somente pelo critério mercadológico, sem acesso aos movimentos populares e via de regra contra eles; o estabelecimento de mecanismos de controle social, com a instituição e fiscalização efetiva  dos Conselhos Nacional, Estadual e Municipal de Comunicação, com caráter institucional e ligado ao Executivo, e a disponibilização do acesso gratuito da população à internet banda larga e à popularização da TV digital. As centrais também vão defender um espaço gratuito no rádio e na televisão, proporcional entre as entidades legitimamente constituídas e reconhecidas, no mesmo padrão atualmente utilizado pela legislação partidária.

Para o secretário de Divulgação e Comunicação da UGT, Marcos Afonso Oliveira, "ao atuar coletivamente e lutar por bandeiras comuns, as centrais ampliam as condições para serem vitoriosas em suas reivindicações contra poderosos interesses que se articulam para que nada mude".

De acordo com Carlos Rogério Carvalho Nunes, secretário de Comunicação da CTB, a atuação conjunta a partir de agora dará uma nova qualidade à ação pela democratização da comunicação. "Nossa central realizou um encontro de comunicação recentemente, onde decidimos jogar peso neste processo da Conferência. Os debates são uma oportunidade de dialogarmos com a sociedade sobre os mecanismos de dominação de umas poucas famílias contra a sociedade brasileira e a necessidade de reverter essa lógica excludente", disse.

"Realizaremos nosso Congresso nos próximos dias e este tema certamente ganhará um bom destaque, pois precisamos envolver o conjunto das entidades para que tenhamos mais respaldo para as nossas bandeiras", declarou Dalva Ueharo, assessora de Comunicação da Força Sindical.

"Lutar pela democratização da comunicação é lutar pelo aprofundamento e aprimoramento da democracia em nosso país. É preciso pôr fim à manipulação e desinformação que são práticas recorrentes dos grandes meios de comunicação contra os interesses nacionais e populares. Nossa atuação unitária na Conferência abre essa possibilidade e não vamos desperdiçá-la", ressaltou Valdo Albuquerque, assessor de Comunicação da CGTB.

As centrais voltam a se reunir na próxima semana para debater um manifesto conjunto de convocação e mobilização das suas bases para as Conferências Distritais e Estaduais, acumulando para a Nacional, marcada para os dias 1, 2 e 3 de dezembro, em Brasília.