Interditos proibitórios são ataque à organização sindical

Se na greve de 1995, a Petrobrás recorreu ao exército para retirar à força os trabalhadores das refinarias…

Imprensa da FUP

Se na greve de 1995, a Petrobrás recorreu ao exército para retirar à força os trabalhadores das refinarias, ultimamente tem recorrido a um instrumento menos ostensivo, porém tão autoritário quanto tanques e metralhadoras. Os interditos proibitórios que a empresa tem se utilizado nas greves recentes da categoria, para obrigar os petroleiros a desocuparem seus locais de trabalho, são na verdade uma medida judicial de afirmação do direito de propriedade, muito usada pelos latifundiários para impedir as ações do MST.

Além de atentar contra as organizações sindicais e atropelar os princípios da democracia e liberdade constitucional, a forma coercitiva com que a Petrobrás se utiliza dos interditos proibitórios coloca em risco também a segurança operacional das unidades e, consequentemente, a vida dos trabalhadores. Foi assim que a empresa agiu na ação que obrigou os trabalhadores do Terminal de Solimões, no Amazonas, a desembarcarem à noite para a cidade de Coari e entregarem a unidade imediatamente para os gerentes e supervisores. Os petroleiros tiveram que atravessar o rio de madrugada, procedimento arriscado e que fere as normas de segurança da própria Petrobrás, cujos embarques e desembarques no Amazonas só ocorrem durante o dia.

No Terminal de Guarulhos, o interdito proibitório utilizado pela empresa previa multa diária de R$ 100 mil e uso de força policial para desocupação imediata do terminal. Só após negociação do sindicato, a gerência aceitou que os trabalhadores realizassem de forma segura a passagem da operação para a equipe de contingência da empresa.