Fórum Social Mundial – Chuva, suor e democracia

A caminhada de abertura do oitavo Fórum Social Mundial não poderia ser
mais típica…

Imprensa da FUP

Por Norian Segatto, de Belém

 

 

A caminhada de abertura do oitavo Fórum Social Mundial não poderia ser mais típica da proposta do evento. A tradicional chuva da tarde que refresca Belém por volta das 16h, aguardou a apresentação de Gracias a la vida, música de Violeta Parra, entoada por três cantoras latinoamericanas, para desabar sobre as cabeças dos milhares de participantes, que, cientes de que a história é um carro alegre – e às vezes encharcado – enfrentaram com música, dança, palavras de ordem e muita alegria e disposição os cerca de 7 quilômetros, percorridos em pouco mais de 3 horas, a maioria do tempo sob forte chuva. As tribos indígenas deram o tom do que será uma dos mais importantes debates deste Fórum: a questão da preservação da Amazônia. Lado a lado com os "parentes" indígenas, caminhavam pelas ruas de Belém militantes das mais variadas entidades e propostas. Eram sindicalistas, ambientalistas, movimento de mulheres, cristãos, vegetarianos, militantes contra usinas nucleares, contra a agressão israelense à Palestina, pelo direito ao aborto; segurando uma mesma faixa, os presidentes da CUT (Artur Henrique), Força Sindical (Paulinho) e UGT (Ricardo Patah) exigiam em uníssono melhores condições de trabalho.  A FUP encabeçava a bancada dos petroleiros com um enorme balão pela campanha do pré-sal.

No palco instalado ao final do trajeto da caminhada, pajés abençoavam o Fórum Social Mundial, que oficialmente teria início no dia seguinte, mas que desde o começo da semana já acontecia de fato, em diversos debates e eventos.

A FUP montou um estande no Fórum (na Universidade Federal do Pará) para coletar assinaturas para a campanha do pré-sal e divulgar a luta dos petroleiros. Na quarta-feira, 28, o principal tema é Pan-Amazônia: 500 anos de resistência, conquistas e perspectivas afro-indígena e popular. Este dia é dedicado a levar ao mundo as vozes da Amazônia e se constituirá de diversas atividades, como testemunhos, conferências, além de celebrações e mostras culturais.

Confira a programação desta quarta-feira:

PALCO 1 – DESENVOLVIMENTO, MUDANÇAS CLIMÁTICAS, JUSTIÇA
9:00 -Fala de abertura
9:20 – Apresentação Cultural dos povos originários.
Apresentação: Pará – Mestres do Carimbó.
10:00 – Tema: Mudanças Climáticas
Sub-tema: Destruição da Floresta
Apresentação: Cláudia Ticuna- Amazonas
Diálogo: Grupo hindu (MEENA, CACIM -JAI SEM)
Sub-tema: Degêlo nos Andes e Sêca na Amazônia
Apresentação: Marambiré-Alenquer –
Diálogo: Confederación de Pueblos de la Nacionalidad Kichwa del Ecuador,
ECUARUNARI – Ecuador
11:00 – Tema: Modelos Energéticos
Sub-tema: A Luta contra as Barragens na Floresta
Apresentação: Dança Assurini, de Tucuruí- pa
APRESENTAÇÃO CULTURAL – ESF – Rio Madeira.
Diálogo: Mix de Grupos AMB
Sub-tema: Impactos das Grandes mineradoras e petroleiras
Apresentação: Justiça nos Trilhos –
Diálogo: Confederacion Nacional de Comunidades del Peru Afectadas por la
Mineria, CONACAMI-Peru + Convergencia Maya WAKIB KEJ, Guatemala
12:00 – Tema: Soberania e Segurança Alimentar
Sub-tema: Crítica aos Agrocombustíveis na Pan Amazônia
Diálogo: Mércia Andrews, África do Sul; Diamantino UNAC/Via Campesina, de
Moçambique
Sub-tema: Crítica aos Agronegócios
Apresentação: Boi de Mestre Alarico
Diálogo: ONPIA, Organizacion Nacional de Pueblos Indigenas de Argentina
Encerramento: Carnavalito –

PALCO 2: TRABALHO, DHESCAS, FIM DA VIOLÊNCIA E DA   CRIMINALIZAÇÃO DOS
MOVIMENTOS SOCIAIS
Local: UFPA
8:30 – Cerimônia do levantamento do mastro
Responsável: CEDENPA
9:20 – Apresentação Cultural dos povos originários
Apresentação: Pueblo Quechua y Aymara – Bolívia/Peru.
10:00 – Tema: Trabalho
Sub-tema: Trabalho Escravo
Apresentação: Grupo Samba do Cacete Baião
Diálogo: Performance sobre Trabalho Escravo na Cana – PASTORAL DO MIGRANTE
SÃO PAULO
Sub-tema: Desemprego e Migrações Humanas
Apresentação: Tambor de Crioula Cachoeira do Piria
Diálogo: Tambores Japoneses
11:00 – tema: Fim da Violência
Sub-tema: Luta pela Terra e contra a Violência no Campo e na Cidade
Apresentação: Teatro do Oprimido da turma de letras do MST
Diálogo: Atitude Maria Marta/Argentina – Mujeres de negro, luta pacifica
do Uruguai – actoras del cambio
Sub-tema: Desmilitarização na Sociedade
Apresentação: Organizacion Nacional Indígena de Colombia, ONIC
Diálogo : Campanha internacional contra as tropas brasileiras no Haiti –
Campanha Jubileu Sul (Ruth)
12:00 – tema: Criminalização dos Movimentos Sociais
Sub-tema: Perseguição do Estado aos Movimentos Sociais. e lideranças na
Pan Amazônia.
Apresentação: Brigada de Agitação e Propaganda da Via Campesina
Diálogo: Alianza Feminista Centro-americana pela Descriminalização do
Aborto  – PUEBLO MAPUCHE, Chile
Sub-tema: Campanhas de Perseguição da Mídia
Apresentação – AFAIA/CEDENPA-X-DN-ERÊ/BIGU
 Diálogo – Grupo Palestino (Intervozes)
Sub-tema – criminalização da comunicação popular
Apresentação – Fórum das Rádios Comunitárias
Diálogo – Grupo do México – AMARC
Encerramento: Carnavalito

PALCO 3 – TERRA E TERRITÓRIO, IDENTIDADE SOBERANIA NACIONAL E SOBERANIA
POPULAR, INTEGRAÇAO REGIONAL
Local: UFRA
8:30 – Cerimônia de Levantamento do Mastro
9:20 – Apresentação Cultural dos povos originários
Apresentação: Dança Povo Xicrin (água)
10:00 – Tema: Identidade
Sub-tema- Reafirmação da cultura dos povos originários
Apresentação do ESF de Roraima: WAPIXANA
Apresentação -Wai-Wai de Oriximiná
Diálogo – WESTERN SHOSHONI, Estados Unidos
Sub-tema- Afirmação da Identidade Quilombola/afro- descendente
Apresentação – Grupo Afroritmos do Amapá  –  Marujada de QUATIPURÚ
Diálogo- Bushiningueens-aluku, da Guiana Francesa
11:00 – tema – Soberania Nacional e Soberania Popular
Sub-tema- Autonomia e Estado Plurinacional
Apresentação – Coodinadora Andina de Organizaciones Indigenas, CAOI
Diálogo – FAROUK – CURDISTAO/Povos Sem Estado
Sub-tema- contra a intervenção imperialista
Apresentação- Central Sindical Unica de Trabajadores Campesinos de
Bolivia, CSUTCB
Diálogo- grupo cubano
Sub-tema: Integração regional
Apresentação – ESF da Selva Central – Dança Sagrada dos Indígenas
(Confederação dos Indígenas Kaxinawa do Acre)
Organizacion Indigena Chiquitana, OICH (Bolivia) – (Roberto
Diálogo – REBRIP -Secretário do Fórum social Africano
Encerramento: Carnavalito a partir de uma celebração da utopia da pátria
grande e da integração dos povos.
Responsável: Celebração das expressões culturais, políticas e lutas dos
diferentes grupos.