Bolsonaro sai, Petrobrás fica: Em reunião com líderes da oposição no Senado, FUP reforça agenda conjunta contra privatizações

O coordenador da FUP, Deyvid Bacelar, participou nesta terça-feira, 04, de mais uma reunião por videoconferência com o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás, Senador Jean Paul Prates (PT/RN) e outras lideranças da oposição no Senado. Também estiveram presentes virtualmente centrais sindicais e entidades representativas de trabalhadores de estatais e empresa públicas, além de técnicos do Dieese e do Ineep – Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra.

Foram discutidas ações políticas e mobilizações contra as privatizações e em defesa de empregos e proteção social para os milhares de brasileiros e brasileiras impactados pela pandemia e pelo desmonte do Estado, promovido pelo governo Bolsonaro.

A FUP, mais uma vez, reforçou a urgência de uma ação unitária para frear o agressivo processo de privatizações em curso nos Sistemas Petrobrás e Eletrobrás, entre outros que ameaçam o patrimônio do povo brasileiro. “No caso da Petrobrás e suas subsidiárias, estamos diante da destruição do seu caráter nacional, com a gestão bolsonarista atuando para apequenar a empresa, concentrando as atividades apenas no eixo Rio/São Paulo”, alertou Deyvid Bacelar.

Esta semana, a gestão da Petrobrás anunciou que colocará à venda o controle da Gaspetro, subsidiária que tem participação em 22 distribuidoras de gás natural de norte a sul do país. Atualmente, a estatal detém 51% das ações da empresa, cujos 49% restantes foram repassados à multinacional japonesa Mitsui, em uma negociação em 2015, que foi contestada judicialmente pela FUP.

Em 2019, o volume total de gás distribuído pela Gaspetro foi de 29 milhões de metros cúbicos por dia. A empresa possui mais de 10 mil quilômetros de gasodutos e cerca de 500 mil clientes. O coordenador da FUP chamou atenção para os riscos de desabastecimento e descontrole dos preços dos derivados, em função das privatizações e desintegração da Petrobras, com a venda de refinarias, dutos e terminais no Nordeste e Sul do país, o que resultará em monopólios privados regionais, como já demonstraram estudos do Ineep e da PUC Rio.

“Do ponto de vista macroeconômico, o país está perdendo a mola mestra do seu desenvolvimento nos últimos 65 anos, com esta gestão reduzindo a Petrobrás a uma empresa focada basicamente na produção de petróleo no pré-sal e exportação de óleo cru”, ressaltou Deyvid, falando da importância de mobilizações unitárias para barrar esse processo.

Bolsonaro sai, Petrobrás fica

A suspensão das privatizações é uma das bandeiras do Dia Nacional de Luta em Defesa da Vida e dos Empregos, convocado para sexta-feira, 07, pelas centrais sindicais e movimentos sociais. No mesmo dia, a FUP e seus sindicatos realizam o lançamento da campanha nacional Petrobrás Fica, que será feita durante uma audiência pública da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras, às 10 horas, com transmissão ao vivo pelo youtube e pelas redes sociais.

“Estamos caminhando para 100 mil mortes em uma pandemia que foi tratada pelo governo como gripezinha. Essa tragédia não se abateu apenas sobre as famílias das vítimas. É também uma tragédia de milhões de brasileiros sem empregos, desalentados e sem esperança. É uma tragédia da soberania nacional e da democracia. Precisamos defender a vida e isso só será possível se frearmos esse governo insano”, afirma Deyvid, convocando os petroleiros e petroleiras a participarem das mobilizações desta sexta, em defesa da vida, da Petrobrás e pelo afastamento de Bolsonaro.

[Da imprensa da FUP]