Em greve, petroleiros e trabalhadores da Dataprev fortalecem luta em defesa das estatais

 

Nesta terça-feira, 04, os trabalhadores das bases do Sindipetro Caxias após realizarem a avaliação diária da greve, saíram em um ônibus com aproximadamente 50 petroleiros da Refinaria de Duque de Caxias em destino ao Rio. Desta vez não ao Edifício Sede da Petrobrás, no centro, mas para Botafogo, na zona sul da cidade, onde somaram-se à greve dos trabalhadores da DATAPREV.

A FUP e seus sindicatos apoiam e se solidarizam com os trabalhadores e trabalhadoras da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), que estão em greve por tempo indeterminado em mais de 20 estados e no Distrito Federal desde o dia 21 de janeiro contra o anúncio da demissão de 494 trabalhadores e a decisão do governo de Jair Bolsonaro de privatizar a estatal.

Ainda hoje, às 17h, está prevista uma reunião no Ministério Público do Trabalho (MPT), que definirá os rumos dos trabalhadores. A categoria exige a realocação dos trabalhadores para agências do INSS, sucateadas desde o governo do ilegítimo Michel Temer, onde há falta de pessoal para atender a população que enfrenta meses de espera para receber benefícios previdenciários como aposentadoria, salário maternidade e auxílio-doença. A fila de espera já tem mais de dois milhões trabalhadores e trabalhadoras.

A Dataprev e o Serpro, as duas principais empresas nacionais de tecnologia da informação, junto com a Casa da Moeda, encabeçam a lista de privatização anunciada pelo governo Bolsonaro.

Contraproposta rejeitada

Uma contraproposta do governo oferece a realocação apenas dos trabalhadores da ativa, excluindo aposentados. A Federação Nacional dos Trabalhadores em Processamento de Dados (Fenadados), Associação Nacional dos Empregados da Dataprev (Aned), e sindicatos da categoria recusaram a proposta.

Segundo Jairo de Jesus, Secretário-Geral CUT Sergipe, primeiro estado a receber os comunicados de demissões dos trabalhadores, o fato de a Dataprev ter reconsiderado demissões, ainda que excluam os aposentados é “uma tentativa de rachar o movimento grevista. O dirigente enfatiza que o INSS precisa de gente capacitada e este é o caso dos aposentados que continuam trabalhando.

Demissões

As demissões já haviam sido comunicadas aos trabalhadores, mas a Dataprev foi obrigada a suspender o processo para cumprir a Lei de Greve (7.783/89), que proíbe demissões ou novas contratações para substituir os grevistas durante paralisações.

Estados

A Dataprev planeja encerrar até fevereiro as unidades do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Tocantins.

[FUP e Sindipetro Caxias]