Mobilizações em defesa da soberania ressaltam importância da Petrobrás para o Brasil

 

Petroquímicos, petroleiros, apoiadores, professores, sindicatos e estudantes realizaram atividades no Paraná desde o início da manhã de hoje, dia 3 de outubro, Dia Nacional de Lutas em Defesa da Educação e do Petróleo.

Às 7h30, as organizações pararam a entrada das fábricas Fafen Fertilizantes e Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), localizadas na região metropolitana de Curitiba. A atividade celebrou com um corte de bolo os 66 anos da Petrobrás, ao mesmo tempo em que denunciou o desmonte da empresa pública.

Gerson Castellano, diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), afirmou que o atual governo quer colocar a empresa em situação de “hibernação”, “desmontando unidades como a Fafen no Paraná e a unidade no Espírito Santo”.

Já Anacelie Azevedo, diretora do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) do Paraná e Santa Catarina, lembrou como a Pretobrás tem papel fundamental de investimento em setores estratégicos para a soberania nacional. “A empresa é responsável por investimentos em tecnologia, pela possibilidade de investimento de 10 por cento do PIB [Produto Interno Bruto] na Educação, que é a nossa meta”, afirmou.

O ato contou com a presença de setores terceirizados, 11 sindicatos petroleiros de diferentes estados brasileiros e também trabalhadores da Transpetro.

Soberania nacional contra as privatizações

Presidente do Sindiquimica-PR, Santiago Santos falou sobre a experiência de privatização da empresa em 1993. “Privatização só traz perda de mão de obra, geram acidentes, como o que aconteceu em 1998 na Fafen”, apontou.

Robson Formica, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), falou no mesmo sentido. “O setor terceirizado é o que mais leva à morte no setor elétrico. E com a privatização, isso só vai aumentar”, criticou.

A mobilização nas ruas e a pressão social tem papel fundamental na defesa da soberania nacional, lembrou Fernan Silva, do Levante Popular da Juventude, também presente no ato em defesa da Petrobrás. “Trabalhar a soberania nacional é trabalhar com o povo brasileiro, resgatando a força e a vivacidade para este próximo período. O povo brasileiro tem que continuar indo pras ruas”, disse.

Por Lula Livre!

Também nesta tarde, José Maria Rangel, coordenador geral FUP, visitou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. O coordenador da FUP defendeu o legado do ex-presidente.”Lula está preso porque ousou fazer com que o povo brasileiro andasse de cabeça erguida, tivesse dignidade, tivesse renda. Ele sempre cuidou da nossa soberania e esse é um ponto central”, disse, após a visita.

Rangel também lembrou políticas públicas iniciadas no governo Lula, como o Programa Nacional de Apoio à Captação de Água de Chuva e outras Tecnologias Sociais (Programa Cisternas) e o programa Luz para Todos, afirmando que “é preciso colocar de novo o Brasil no trilho do desenvolvimento”.

Em frente à Superintendência da PF, na Vigília Lula Livre, petroleiros fizeram um ato político em defesa do petróleo e uma roda de conversa sobre a importância da Petrobrás para o Brasil. A estatal brasileira é a sétima maior produtora mundial de petróleo, com 1,9 milhões de barris diários. Segundo dados do Instituto de Estudos Estratégicos do Petróleo (Ineep), cada R$ 1 bilhão investido na Petrobrás se reverte em R$ 1,28 bilhão no Produto Interno Bruto (PIB) nacional e gera 30 mil postos de trabalho.

A Petrobrás vive agora, no entanto, um dos maiores desmontes de sua história. Nos últimos cinco anos, de todo o patrimônio estatal privatizado no Brasil, 50% pertencia à estatal. Em consequência, 2,5 milhões de postos de trabalho foram fechados, o que representa 19% da atual taxa de desemprego.

Ao final do ato na Vigília Lula Livre, os petroleiros uniram-se ao ato em defesa da Educação, que aconteceu na Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba.

[Via Brasil de Fato]