Petroleiros do Ediba resistem ao assédio, rejeitam proposta da Petrobrás e aprovam greve

 

A presença ostensiva, muitas vezes intimidadora da gerência, nas assembleias da categoria tem surtido efeito contrário ao pretendido pela atual gestão da Petrobrás. O medo foi substituído pela revolta e pela certeza de que juntos, os petroleiros e petroleiras são mais fortes.

Este é o cenário que tem sido visto nas Assembleias Gerais Extraordinárias que acontecem na Bahia desde o dia 21 e se estendem até 30/08, para deliberar sobre a 3ª contraproposta da estatal e os indicativos da FUP.

No edifício Torre Pituba, sede da empresa no estado, a AGE, na segunda-feira (26), teve inicio às 14h se estendendo até o começo da noite. Foi uma assembleia atípica, com a presença de quase mil pessoas. A frente do edifício ficou tomada de gente e, devido à presença da gerência, o resultado da assembleia era uma expectativa. 

Mas não deu outra. A ampla maioria dos presentes aprovou os indicativos da Federação e rejeitou a contraproposta da empresa. Veja o placar abaixo:

 

  • Manutenção da negociação coletiva sobre os pontos divergentes; 

A favor  –   683        Contra –    96           Abstenção – 3

  • Prorrogação dos efeitos do atual acordo coletivo de trabalho enquanto durarem as negociações, demonstrando boa fé negocial;

A favor –  683           Contra –  96           Abstenção – 3

  •  Rejeição da 3ª contraproposta da Petrobrás;

A favor –  114           Contra –   614             Abstenção – 2

  • Aprovação de greve em data a ser definida pela FUP e seus sindicatos, no caso de ataques ao patrimônio jurídico coletivo da categoria, durante o processo negocial.

A favor – 507         Contra – 135                   Abstenção – 4

Análise da conjuntura negocial

A supervisora técnica do DIEESE, Ana Georgina Dias,  fez uma explanação sobre as negociações das outras categorias com data base em setembro, ressaltando a posição do patronato que vem tentando enxugar e retirar direitos, no sentido de implantar a reforma trabalhista no Acordo Coletivo de Trabalho. Ela também falou da “turbulência política que tem influenciado a economia, o que não favorece em nada”.

O assessor jurídico do Sindipetro, Clériston Bulhões, informou que na próxima quarta-feira (28), a Procuradora do Ministério Público do Trabalho vai ouvir o sindicato a respeito da denúncia feita pela entidade sobre a ingerência da Petrobrás na organização sindical da categoria. Ele também garantiu anonimato aos trabalhadores que queiram relatar assédios e pressões sofridas para votara a favor da contraproposta da empresa.

O advogado também informou que a Petrobrás  solicitou,  a mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST) para negociar o Acordo Coletivo de Trabalho, ressaltando que “a mediação não é um procedimento pré-processual, pois não está dentro de uma ação, é livre e depende da vontade das partes”.

As assembleias prosseguem até o dia 30 de agosto.

[Via Sindipetro-BA]